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@carlaodesouza: Ideologia

Do Substantivo Plural:


Por Carlos de Souza
Eu vinha hoje escutando o programa político do jornalista Jurandyr Nóbrega, (antigo colega no Diário de Natal), na FM 94, a Rádio Cidade, e uma coisa foi aos poucos chamando a minha atenção. Ele comentava a decisão da professora Amanda Gurgel, a nossa celebridade no Youtube, de se lançar candidata pelo seu partido o PSTU. O jornalista dizia que ela ia tomar a “mesma decisão errada que tomaram Fernando Mineiro e Fátima Bezerra, ao entrarem na política”.
E acrescentou uma frase, no mínimo, maldosa. Eles estariam se aproveitando dos professores para seus projetos políticos pessoais. Aquilo foi me irritando de tal forma que por pouco perco a atenção no trânsito. Como assim, cara pálida?
Quer dizer que se um cidadão, que tem militância política em seu ambiente de convivência, universidade, escola pública, não pode entrar na política? O fato de escolher a política como profissão é um projeto pessoal, como é para a maioria dos políticos da direita? Não concordo com isso. Fernando Mineiro e Fátima Bezerra ao entrarem para a política prestaram um grande serviço à sociedade pela sua combatividade como parlamentares. Se serão bons quadros executivos um dia, não sabemos ainda.
Amanda Gurgel tem o pleno direito de exercer sua cidadania e se ela, por um azar do destino (o que não acredito), escolher o fisiologismo como carreira política, terá maculado sua história de luta. Vocês sabem o que é ideologia? Tem um livrinho da professora Marilena Chauí, da coleção Primeiros Passos, da Brasiliense, que explica direitinho o que é isso.
Os meios de comunicação nos oferecem diariamente essas armadilhas. O cidadão tem o privilégio de ocupar o microfone de uma importante emissora de rádio para emitir suas opiniões particulares. A pessoa que está ouvindo precisa ter um bom senso crítico para distinguir o que está sendo dito ali. E isso não é só aqui em Natal, não, meus amigos! Leiam a Veja e a Folha de São Paulo.
A construção da democracia e de um país decente passa pela nossa capacidade de exercer nosso senso crítico. Ter liberdade de expressar nossas opiniões e de discordar das que não nos interessa. Eu defendo o direito de Jurandyr Nóbrega expressar sua opinião. Mas defendo também o direito de discordar dela.
Se Amanda Gurgel quer ser parlamentar ou exercer um cargo executivo, que mostre capacidade para tanto e conquiste os votos de seus eleitores. Este é o processo comum em países democráticos. Se alguns políticos usam a política para projetos pessoais, cabe a nós eleitores tentar fazer com que eles não se elejam ou reelejam.
É claro que, quase sempre, somos barrados pelos votos da maioria silenciosa. Mas isso é outro papo.

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