“Como foi possível que tal pessoa fosse corrupta?”, pergunta Slavoj Zizek

O filósofo esloveno Slavoj Zizek foi entrevistado na edição de Junho da revista Cult.  Confesso que terminei de ler sua entrevista apenas hoje.  Zizek participou do 3o Congresso Internacional  de Jornalismo Cultural, promovido pela revista.  
Falou sobre a força que a ideologia tem ao negar a possibilidade de outros mundos.
Destacarei dois pequenos trechos de sua entrevista.
Zizek falava sobre o fato de crer que não há outro tipo de populismo, a não ser o baseado no medo.  O réporter, após uma referência do entrevistado a Hugo Chavez, pergunta sobre Lula. 
Foi mesmo populista o governo Lula? Não foi, pelo que sei.  Não vamos confundir populismo com apelo popular.
Vou dizer algo horrível para um esquerdista radical: numa escolha entre Chavez e Lula, fico com Lula.
Mais adiante, a revista o questiona sobre o silêncio da presidenta Dilma Rousseff a respeito das denúncias contra o ex-ministro Antônio Palocci.  Zizek responde:
Mas a corrupção individual não me interessa tanto como a questão geral, por exemplo: “Como foi possível que tal pessoa fosse corrupta?”.  Gosto das variações daquela frase brechtiana: “O que é um roubo a um banco comparado com a fundação de um banco?”. A mídia burguesa gosta desse tipo de escândalo porque reafirma o sistema.

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