Em dia de nova votação sobre teto da dívida dos EUA, parlamentares falam em acordo

Esta semana os nossos direitistas anunciaram, com alarde, um acordo sobre o limite de endividamento dos EUA.  Conseguiram transformar a questão econômica com viés eleitoral em disputa ideológica direita - esquerda.  O pensamento da direita norte-americana estavam salvando o mundo de uma crise sem precedentes - mesmo que grandes economistas de lá estejam afirmando que a loucura da extrema direita nos EUA estava empurrando a economia global a um caos.
A festa da direita tupiniquim tinha se justificado a partir da aprovação, na sexta-feira, do plano republicano.  Esqueceram de avaliar que o plano havia sido aprovado na Câmara dos Representantes, onde o partido de oposição tem maioria e que, por isso, ainda precisava ser votado no Senado.  Nesse jogo de gato e rato, o Senador, com maioria democrata, derrubou o plano republicano.  E aprovou, no mesmo passo, o plano proposto pelo governo.  Que foi derrubado, em seguida, na Câmara.  Ou seja, nenhum acordo ainda, a dois dias da data limite.  Os EUA jogam no limite da irresponsabilidade, consigo e com os outros, quando se metem numa guerra em nome de sua ideologia do destino manifesto.  Agora fazem o mesmo quando preparam o calote de suas contas.  Será um efeito dominó se os EUA decretarem a moratória.  O ponto de ruptura final será os seus maiores credores, os chineses tentarem executar a dívida e não terem muito o que fazer. É aguardar.
Segue matéria do UOL sobre o assunto hoje:



No dia em que o Senado deve votar o plano sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, canais de televisão dos EUA sinalizam neste domingo (31) que os negociadores do Orçamento estão perto de um acordo em torno do pacote de medidas para elevar o limite da dívida e reduzir o déficit público.
Se o Congresso falhar em aumentar o teto até 2 de agosto, atualmente em US$ 14,3 trilhões, os EUA não terão como cumprir com todas as suas obrigações financeiras, o que pode forçar uma moratória com prováveis impactos na economia mundial.
Segundo o canal ABC News, citando fontes parlamentares anônimas, já há um acordo pré-acertado para elevar o teto da dívida ao longo das eleições de 2012, reduzindo as despesas em US$ 1 trilhão em 10 anos, além da criação de um novo painel no Congresso para recomendar reduções adicionais do déficit.
Já o chefe da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse neste domingo à rede CNN que o Congresso está muito perto de conseguir um acordo para elevar o teto e evitar que os Estados Unidos entre em default (suspensão de pagamentos).
"Estamos muito perto de um acordo. Tivemos ontem um dia excelente", afirmou o senador, enfatizando que acredita que convencerá seus companheiros do Senado a aceitar o plano.

Segundo David Plouffe, conselheiro do presidente Barack Obama, este domingo será crucial para a obtenção de um acordo entre democratas e republicanos. "Devemos encontrar uma solução. O dia de hoje é evidentemente crucial", declarou Plouffe à rede NBC.

Adiamento

Ontem, o senador democrata Harry Reid decidiu adiar para a tarde deste domingo (31) a votação de seu plano. Ele quis dar tempo para as negociações com os republicanos e assim evitar a moratória no dia 2 de agosto. A votação deve começar às 13h.

No sábado, o presidente Barack Obama se encontrou com o senador Reid e com a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Além disso, o presidente americano também conversou pelo telefone com o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell. Essa movimentação faz parte dos esforços para que as obstruções ao aumento do teto da dívida acabem.

Na tarde de sábado a Câmara de Representantes, de maioria republicana, havia rejeitado a proposta democrata para aumentar o teto da dívida, um dia depois que o Senado fez o mesmo com o plano republicano.

O plano proposto pelo republicano John Boehner e aprovado por 218 votos a 210 na Câmara previa a elevação do teto da dívida dos EUA em US$ 900 bilhões, o que permitiria o pagamento das contas por mais alguns meses, além de cortes orçamentários estimados em US$ 917 bilhões e mudanças constitucionais para tentar equilibrar o orçamento.

Os democratas rejeitaram a proposta, pois afirmam que ela forçaria o Congresso a votar novamente a questão daqui a alguns meses. A discussão aconteceria no próximo ano, em meio à corrida eleitoral presidencial de 2012, o que seria muito desgastante politicamente.

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