#HomofobiaNao e a pesquisa do Ibope

É destaque na imprensa hoje uma pesquisa de opinião do Ibope sobre o apoio à união civil de homossexuais. Dos entrevistados, 52% das mulheres são a favor e 63% dos homens são contra. No total, a maioria é contrária, com opiniões variando segundo religião, idade e escolaridade.
É certo que esse dado será utilizado por homófobos em geral para justificar a cessação de direitos e garantias aos casais gays e para fortalecer um discurso discriminatório. Como se a garantia dos direitos humanos pudesse ser vinculada à opinião, muitas vezes, mal informada da maioria. Aliás, era essa a proposta de Marina Silva ano passado: transformar tudo em referendo e plebiscito.
Não nego a importância da participação popular por meio de referendos e plebiscitos - mas direitos não podem ser rifados no meio da sociedade.
Uma analogia pode ajudar a compreender: logo após um crime grave, como a morte do menino João Hélio há alguns anos, se você fizesse uma pesquisa de opinião e incluísse como item pena de morte de maneira cruel como lichamento é capaz de que esse item fosse o mais votado.
Isso mostra que direitos civis e humanos não podem ser decididos segundo a vontade da maioria, mas sim por princípios de justiça e equidade. Ou seja, o resultado de uma pesquisa de opinião não deve ser usado como dado para uma decisão sobre temas como a união civil de homossexuais.


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