O fascismo “templário” e “caçador de marxistas"

Editorial do Portal Vermelho:


As razões dos atentados terroristas que vitimaram mais de 90 pessoas na Noruega na última sexta-feira (22) ainda não estão totalmente esclarecidas, mas nos escritos e declarações do autor confesso do crime revelados no domingo (24), há claros indicadores de uma perigosa ameaça às liberdades democráticas e à segurança da humanidade: o surgimento de um novo tipo de fascismo, cujas origens estão no seio da própria sociedade capitalista ocidental. 

Logo após o desastroso episódio, chegou-se a insinuar que os atentados teriam sido cometidos pela Al-Qaeda ou, no caso de uma iniciativa isolada, por um “terrorista-fundamentalista islâmico”. 

O massacre foi circundado de simbolismo. Primeiramente, foram detonados explosivos no bairro em que está a sede do governo de centro-esquerda norueguês, em Oslo. Em seguida, foi perpetrado um massacre em um acampamento de verão da juventude trabalhista.

O documento de 1500 páginas, de autoria do terrorista, intitulado “Manifesto pela Independência Europeia – 2083”, traz elementos que não devem ser substimados sobre sobre o seu perfil político-ideológico: “Serei etiquetado como o maior monstro nazista desde a Segunda Guerra Mundial”. O bandido também qualifica-se como “caçador de marxistas”.

Apresenta-se ainda como “comendador dos cavaleiros justiceiros”, asume que é um “fundamentalista cristão”, faz referências à Ordem dos Templários, critica a “islamização” da Europa, o “avanço do multiculturalismo” e defende a necessidade de emprender uma “Cruzada Moderna”. Assume-se como integrante de um “Movimento de Resistência Nacional”.

Nas suas notas há também uma cruel ironia. Ao referir-se à facilidade com que adquiriu os materiais usados na preparação dos artefatos explosivos, disse: “tudo isso é fácil de comprar, a menos que alguém se chame Abdulá Rachid Mohamed…”.



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