Oligarquias: os novos movimentos dos Alves e dos Maias em Natal


Durante décadas, as duas oligarquias que dominam o Rio Grande do Norte se dividiram para se revezar e se manter no poder. Em 2006, quando essa estratégia parecia esgotada, as famílias Alves e Maia passaram por cima da histórica rivalidade, se uniram em torno da candidatura a governador do senador Garibaldi Filho (PMDB), contra a candidatura à reeleição da governadora Wilma de faria (PSB). O resultado nós conhecemos. Wilma derrotou Garibaldi e governou o estado por mais quatro anos.
Garibaldi e seu outrora desafeto político, o senador José Agripino Maia (DEM), repetiram em 2010 a aliança ensaiada em 2006. Dessa vez, ambos eram candidatos a renovar os respectivos mandatos no Senado e, novamente, tinham como adversária Wilma de Faria, recém saída do governo para tentar se eleger senadora.  Garibaldi e Agripino devolveram a derrotada anterior e impuseram a Wilma uma derrota humilhante. Além disso, ajudaram a eleger Rosalba Ciarlini (DEM) governadora do RN. Uma vitória inconteste.
Esse novo pacto só teve um intervalo em 2008, quando José Agripino patrocinou a eleição da prefeita Micarla de Sousa (PV), contra a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT), à época apoiada pelos primos Garibaldi Filho e o deputado federal Henrique Alves (PMDB). Depois, as posições se inverteram: Agripino rompeu com Micarla, enquanto Henrique e Garibaldi se aproximaram dela.
Micarla, como sabemos, enfrenta um desgaste administrativo nunca visto na história política de Natal. Com seus quase 90% de reprovação, superou, inclusive, o ‘lendário’ ex-prefeito Aldo Tinoco. Ninguém sabe se a prefeita, mesmo nessa situação adversa, irá se candidatar à reeleição em 2012. Caso decida ir para a arena da disputa eleitoral, deverá estar sozinha, sem contar com o respaldo daqueles que a carregaram nos braços em 2008 (José Agripino, Felipe Maia, Rogério Marinho, João Maia, Fábio Faria, Robson Faria).
O vácuo deixado pela prefeita Micarla de Sousa alimenta à cada dia o surgimento de novas teorias sobre a sucessão natalense. Faltando pouco mais de um ano para a eleição, quase todos os partidos asseguram que terão candidatura própria, o que, se vier a ocorrer, provocará um verdadeiro congestionamento de candidatos ao Palácio Felipe Camarão, sede do Executivo do Município.
PT, PSB, PSDB, PMDB e DEM prometem colocar seus respectivos blocos na rua para disputar a preferência do eleitor de Natal. Neste domingo, porém, uma notícia da Folha de S. Paulo acrescentou mais uma peça ao incerto jogo de 2012. De acordo com o jornal, DEM e PMDB negociam alianças em pelo menos três capitais para as eleições do ano que vem: São Paulo, Salvador e Natal.
Em Natal, o PMDB negocia apoio ao filho do senador Agripino Maia, Filipe Maia“, informa a reportagem. Há alguns dias, Henrique disse que quem apostasse contra a candidatura própria do PMDB iria “quebrar a cara”. A se confirmar a informação da Folha, a pré-candidatura peemedebista do deputado estadual Hermano Morais deverá ser novamente ser rifada. Mais uma vez, em nome do pragmatismo, as oligarquias poderão dividir o mesmo palanque.
Felipe Maia tem dito que a candidatura a prefeito não está em seus planos, mas não descartou completamente a ideia. A aliança com o PMDB pode ser o incentivo que falta para o democrata aceitar a empreitada. O apoio de Henrique e Garibaldi pode ser a senha para abrir os caminhos do governo federal para a eventual administração do filho de José Agripino, crítico ferrenho do governo do PT. A conferir.

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