"Calúnia pura", diz @MiguelNicolelis sobre acusação de restrição no uso de equipamentos

De Alisson Almeida, no Embolando Palavras

O neurocientista Miguel Nicolelis e a reitora da UFRN, Ângela Paiva, se reuniram, ontem pela manhã, para conversar sobre a entrevista coletiva marcada para amanhã, às 14h, na futura sede do Campus do Cérebro, em Macaíba. Depois da reunião, nenhum dos dois se pronunciou sobre a crise envolvendo a universidade e o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
A Folha de S. Paulo noticiou, na terça-feira (26), o rompimento entre Miguel Nicolelis e o professor da UFRN, Sidarta Ribeiro, que eram parceiros na fundação do IINN. De acordo com o jornal, outros oito pesquisadores da universidade também se desligaram do instituto.
Ainda segundo a Folha, Sidarta Ribeiro retirou do instituto equipamentos científicos avaliados em R$ 6 milhões, cujo uso estaria sendo indevidamente restringido por Miguel Nicolelis. O material teria sido requisitado pela reitora Ângela Paiva para suprir o recém-criado Instituto do Cérebro da UFRN.
Em entrevista coletiva, concedida na terça-feira, a reitora assegurou que, mesmo com o desentendimento entre os pesquisadores, não havia “nenhum conflito” entre a UFRN e o IINN. Ângela se pronunciou, ainda, sobre a polêmica da retirada dos equipamentos do instituto. Ela disse que isso havia sido acordado com Nicolelis e explicou que os equipamentos não estavam sendo usados, mas somente guardados no instituto.
Ainda na entrevista, Ângela Paiva explicou que os pesquisadores ligados ao IINN haviam sido incorporados, via concurso público, aos quadros da UFRN. Como observou Daniel Dantas em seu blog, a saída do grupo do instituto aconteceria cedo ou tarde, em função da necessidade, como disse a reitora, de vínculo formal com dedicação exclusiva deles com a universidade.
Pelo Twitter, Nicolelis negou que dificultava o acesso dos pesquisadores aos equipamentos que estavam no IINN, comprados com recursos públicos. “Calunia pura!”, escreveu o neurocientista sobre a acusação.
Hoje à tarde, a partir das 14h, Nicolelis dará uma entrevista coletiva na futura sede do Campus do Cérebro, em Macaíba, para contar sua versão sobre esses acontecimentos. O neurocientista chamou a Folha de São Paulo de “tabloide” e, novamente pelo Twitter, reclamou do sensacionalismo como essa história vem sendo explorada pelo “jornalismo de porta de cadeia”.

Comentários