Rubens Lemos

Em 30 de agosto de 2009 publiquei o texto abaixo em meu outro endereço.  Republico aqui porque tive a honra de aprovar um comentário de meu irmão, Fábio, no post lá.  Os comentários estão abaixo.

Rubens Lemos, jornalista potiguar, me pôs no mundo. No início dos anos 70, exilou-se no Chile. Em Santiago.

Meu pai era liderança do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Caiu na clandestinidade quando um aparelho do PCBR foi desmantelado em Recife e uma lista de aparelhos no Nordeste foi parar nas mãos da repressão. Entre eles, um aqui próximo a Natal do qual meu pai era fiador. Imediatamente se viu obrigado a sair do mapa.

Anos mais tarde, foi preso porque foi descuidado. Veio ao Brasil para ajudar a tirar daqui um companheiro (provavelmente Silton) e trocar dólares da organização. Em São Paulo, encontra-se com Silton que lhe pede mais um mês, já que ia participar de uma ação conjunta entre várias organizações. Enquanto a ação aconteceria, meu pai voltou a Natal. Foi preso quando marcou uma troca de dólares, no Alecrim – próximo a região onde fica o Nordestão. Ação cinematográfica, com a agentes da repressão disfarçados de garis, inclusive. Meu pai foi preso e Silton morto na ação (em São Paulo).

Rubens não foi morto porque era afilhado do sogro do governador Cortez Pereira que, instagado pela minha família, pediu ao genro pela sua vida.

Fica preso na Colônia Penal João Chaves, de lá vai para o DOI-CODI em Recife. Mais de um mês de torturas intensivas, inclusive pelas mãos do próprio Delegado Sérgio Paranhos Fleury.


LUCIA IRENE REALI LEMOS on 02/09/2009 às 18:42 História contada, para sempre relembrada. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça! Valeu , meu irmão! Tem muita história pra contarmos ainda… Bjus, Lucinha tua irmã.


danieldantas79 on 02/09/2009 às 21:49 Escrevi esse texto, minha irmã, depois de assistir um programa de nossa TV Universitária, chamado Memória Viva. Entrevistaram alguém que disse que Rubens Lemos foi perseguido por ser um radialista de esquerda e que, sempre disse a ela, não fazia parte de nenhum movimento, partido ou organização clandestina… Bjo. Em novembro, Alice estará aqui. Esperarei sua visita.


Rubens Lemos on 12/10/2009 às 22:53 Quem deu entrevista ao Memória Viva foi a minha mãe e eu exijo respeito a ela,que comigo conviveu com Rubens Lemos na Ditadura. Você comete um erro brutal: O meu pai jamais se relacionou com Cortez Pereira politicamente nem dele precisou de favores. Se pesquisasse, saberia que se tratava de Radir Pereira, concunhado de Cortez. Tenha respeito com minha mãe como nós respeitamos a sua.

danieldantas79 on 14/09/2010 às 10:26 Detalhe: a informação que você questiona, Rubinho, veio de nossa tia Miriam e de nosso primo Aldemir. 


Fabio Cesar Reali Lemos on 29/07/2011 às 17:07 Aproveitem e recuperem a memória de minha mãe Maria Helena Reali Lemos….tem sites por aí que dizem que Rubens Lemos era viúvo quando se casou pela segunda vez…. minha mãe está vivinha da silva !!! Não sei por quais interesses ela foi extirpada da história de meu pai ….Talvez para que algum oportunista pudesse receber a grana da anistia aos presos políticos (como de fato receberam) Eu falo e assino…Fábio Cesar Reali Lemos

Marcos Wilson Reale Lemos on 10/08/2011 as 14:40 Eu assino embaixo meu irmão. Sou Marcos Wilson Reale Lemos, filho de Rubens e estive em Brasília por diversas vezes tentando consertar o que (considero um crime) Rubens Lemos Filho fez, ou seja, convenceu as autoridades de que apenas eles teriam direito à compensação financeira por conta da anistia. Até hoje não recebemos nenhuma justificativa por tal ato.
E como diz o ditado: Quem paga errado, paga duas vezes.





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