Novo Jornal entrevistou Sidarta Ribeiro

O Novo Jornal publicou hoje uma entrevista com o biólogo e neurocientista Sidarta Ribeiro.  Não pude comentar a entrevista mais cedo - celular está no conserto e computador ficou semi-disponível hoje.
Algumas coisas me chamaram bastante atenção:
Sidarta disse à Folha de S. Paulo, na terça-feira, 26, que solicitou que a FINEP transferisse para o novo Instituto do Cérebro da UFRN o equivalente a R$ 6 milhões.  Equipamentos que, segundo Ribeiro, estariam sem uso e pertenceriam à UFRN.  Na sexta, a Folha informou que a FINEP disse que todos os equipamentos instados no IINN-ELS custaram metade do valor citado por Sidarta - R$ 3 milhões - e que seria impossível repassá-los à UFRN.

Na mesma edição, a repercussão sobre a coletiva que Nicolelis deu na véspera em Natal.  Nessa entrevista, Nicolelis apresentou uma planilha dos equipamentos retirados do IINN. O valor era de R$ 232 mil e os equipamentos desde sempre estiveram reservados pela UFRN. Disse também que cada pesquisador recebeu cerca de R$ 500 mil para equipamentos e pesquisa (mais de R$ 4 milhões no total).
No Novo Jornal de hoje Sidarta mudou seu discurso.  Os R$ 6 milhões se referem ao total de equipamentos financiados (que segundo a FINEP somam metade - R$ 3 milhões) e fala que foram retirados, na segunda-feira, dia 25, equipamentos no valor de R$ 232 mil - como disse Miguel Nicolelis, na coletiva de quinta passada.  Ou seja, agora ele confirma o que disse Nicolelis.
Sidarta diz agora o que não disse à Folha: Os equipamentos não foram tocados porque a Finep é quem vai decidir o que fazer, se quer tombar o equipamento para a UFRN ou para a Asdap.
A nova polêmica de Sidarta, depois dos recuos ao longo da semana, diz respeito ao volume e origem dos financiamentos do IINN-ELS - públicos e privados. Ribeiro afirma que, ao contrário do que afirma Nicolelis, o MEC investiu R$ 42,5 milhões; a FINEP, R$ 8 milhões; o Ministério da Ciência e da Tecnologia, R$ 3 milhões.  Sem contar com os salários dos professores e bolsas de pesquisa da CAPES ou CNPq.  Ao que consta, a Edmond & Lily colocou R$ 10 milhões, disse.
Engraçado é que esse trecho da reportagem do impresso não foi publicado no site do jornal.  Ao mesmo tempo, o site publica trecho de Berimbau, canção sobre capoeira, que foi o mote da matéria do repórter Rafael Duarte. Na época da ditadura, as redações usavam letras de música, receitas de bolo ou poesia em lugar dos textos ou dos trechos censurados.  
Destaque também para o fato de que pelo menos um dos maiores adversários de Miguel Nicolelis supostamente tem relações de negócios com imprensa aqui em Natal - justamente no Novo Jornal. 
Gostaria muito de entrevistar Sidarta e perguntar-lhe tudo que ainda não foi perguntado pela imprensa local - ou nacional.

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