O que contará a história de Natal?

Em futuro próximo, contarão a história de Natal.  Como hoje nos contam a história de um prefeito que ousou mudar os paradigmas da cidade, fazendo alianças com seu irmão comunista - prefeito que ainda é saudado como o mais popular e democrático de todos que passaram pelo palácio Felipe Camarão.  Mesmo que atualmente seja um outro ex-prefeito, biônico e ditadorial, José Agripino, que dê cartas por aqui, o prefeito que melhor realça a democracia em nossa terra é o popular Djalma Maranhão.  Enquanto morria no exílio, sem volta a comer ginga com tapioca na Redinha, ouvia notícias de um jovem engenheiro, filho do golpe que o exilou, que viria a ser prefeito biônico, governador e senador anos mais tarde.

Mas em um futuro próximo contarão a história de Natal.  Há quem ache que a história contada será aquela que aparece em blogs como esse ou esse aqui.  Ledo engano.  Mesmo tendo uma produção suficiente para serem fortalecidos nas barras do poder dos que hoje mandam, ambos não têm substância ou conteúdo que os garanta em uma página da história.  E assim como a efêmera rainha do twitter será rapidamente esquecida, ambos, com um pouco mais de demora, também serão.
Se você pensar em uma perspectiva histórica, não verá dificuldades em entender que há outros sujeitos e ações mais marcantes e com uma perspectiva de mudança de rumo e de futuro ainda mais intensos.
Houve uma ocupação da Câmara Municipal, sobretudo por jovens, há dois meses.  Fato histórico em nossa cidade, tão importante quanto a gestão de Djalma Maranhão, o levante de 35, a ocupação da reitoria.  Fatos que marcarão, com seus protagonistas, a história dessa cidade.  Há quem se julgue protagonista de nossa história e que, talvez, não seja nem uma nota de rodapé quando a história do Acampamento Primavera Sem Borboleta for contada.
Temos um revolucionário em nosso meio.  Alguém que faz revolução mundo à fora, mas que aqui dentro enfrenta o desafio de poderosos que se julgam acima de tudo - e do bem e do mal.   As perspectiva de mudança social e política a médio e longo prazo são assustadores para os que têm por profissão babar o ovo dos poderosos.  Alguns que não entendem que o compromisso social e político da ciência é transformador também.  Gente, como Thaísa Galvão, um fake de si mesmo, que não consegue entender que há quem possa ter posição ao lado do povo.
Quando a história for contada, e nós nos lembrarmos mais de um jovem paraplégico chutando uma bola do que do jogo de abertura da Copa 2014, como disse Miguel Nicolelis ontem ao Bola da Vez, os seus opositores nessa província de Poti serão completamente irrelevantes em perspectiva histórica.
Há uma oposição histérica ao trabalho de Miguel.  Ontem à noite, Nicolelis nos emocionou a todos que assistiram sua entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN.  Aliás, foi tocante ouvir a voz embargada e entrecortada de emoção de João Palomino quando encerrava o programa.  Porque o neurocientista representa a possibilidade de enfrentarmos o complexo de vira-latas em outras áreas de nossa brasilidade - porque ele é a nossa bola nos pés de uns tantos pelés que se escondiam na inacessibilidade do rural de Macaíba.  Ele que apresenta sonhos de um país com cidadãos e cidadãs completamente donas de seu nariz e futuro - nem dependentes de revistas que invadem quartos de inimigos político, de rainhas sem súditos ou de blogueiros venais, cuja fonte de renda nos é a todos desconhecida.

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