Obama assina lei que aumenta teto da dívida e evita calote dos EUA

Do UOL:

O presidente dos EUA, Barack Obama, sancionou a lei que eleva o limite da dívida pública do país--atualmente em US$ 14,3 trilhões. Com a mudança, os EUA poderão honrar seus compromissos financeiros e evitar um potencialmente catastrófico calote pela maior economia do mundo.

O Senado dos Estados Unidos tinha aprovado o projeto de lei pouco antes, na tarde desta terça-feira (2).

A lei é resultado de um acordo entre parlamentares republicanos e democratas, após meses de intenso debate e às vésperas do fim do prazo para o calote --meia-noite desta terça-feira.

O acordo permite elevar o teto da dívida pública norte-americana em pelo menos US$ 2,1 trilhões em três passos --sendo os primeiros US$ 400 bilhões imediatamente, seguidos de US$ 500 bilhões até fevereiro. Ele prevê, ainda, cortes de cerca de US$ 2,4 trilhões em 10 anos, que seriam aprovados pelo Congresso em duas etapas --um corte inicial de US$ 917 bilhões na aprovação do acordo e mais US$ 1,4 trilhão até o final do ano. O projeto foi aprovado na noite de ontem pela Câmara dos Deputados, de maioria republicana --partido de oposição a Obama. A aprovação pela Câmara era considerada o maior obstáculo para uma solução da crise.

O impasse de meses bloqueou o sistema político dos Estados Unidos, alarmou seus aliados internacionais, sacudiu os mercados financeiros e prejudicou a imagem do país no exterior.
Aprovação na Câmara

O projeto foi aprovado na Câmara por 269 votos a favor e 161 contra, bem acima da maioria necessária.

Democratas ficaram igualmente divididos --95 a favor e 95 contra--, enquanto 174 republicanos foram favoráveis à medida, com 66 se opondo a ela.

Até o último minuto, mercados financeiros mundiais foram abalados pela incerteza sobre se o plano poderia ser aprovado pela Câmara diante das objeções de republicanos do conservador Tea Party e de liberais democratas.

Os mercados inicialmente demonstraram sinais de alívio com a perspectiva de os EUA evitarem o calote. Mas o risco de o país perder sua nota de crédito AAA, mesmo com a aprovação do acordo, contribuiu para conter a breve disparada nas bolsas.

Após a votação, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, afirmou que o resultado final justificava os meses, muitas vezes tortuosos, de negociações. "O processo funciona. Pode não ser agradável, mas funciona", disse a repórteres.

Negociação no fim de semana

Líderes de ambos os partidos trabalharam furiosamente para convencer suas bancadas sobre o acordo obtido com Obama no fim de semana com o objetivo de encerrar um impasse que abalou a fé dos norte-americanos em suas instituições políticas.

O plano exige cortes de gastos ao longo de 10 anos, mas sem a imposição de nenhum novo imposto, a criação de uma comissão parlamentar que recomendará, até o fim de novembro, um pacote mais específico de redução do déficit e eleva o limite de endividamento do país até 2013.

Obama e muitos parlamentares admitiram que o projeto acordado não era perfeito. Mas ressaltaram que ele era necessário para evitar um calote pelo governo.

"Foi um processo longo e confuso e, como todo compromisso, o resultado está longe de ser satisfatório", disse Obama em uma mensagem de vídeo transmitida a seus seguidores por sua campanha de reeleição. "Mas também lançou um importante debate sobre como lidar com os grandes desafios que enfre
ntamos."

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