É engraçado quando a gente tem certos vislumbres da parcialidade ética que aflige certas pessoas. Pessoas que normalmente qualificam controle social da mídia e marco regulatório com a alcunha de censura. Pessoas que não conhecem Rudolph Murdoch e fingiram não conhecer o crime cometido pela Veja.
Tem colegas jornalistas na blogosfera e redes sociais que vivem a bradar em nome de ética da profissão que esqueceram sua defesa da ética quando leram e viram o caso da Veja desta semana. A ética sempre vale apenas se for para atender meu interesse. Como o alvo dos crimes que a revista semanal da Abril cometeu era a Geni da política brasileira, o ex-ministro José Dirceu, as ações não podem ser consideradas tão criminosas.
Quer dizer: vale ressaltar as "denúncias" trazidas pela revista contra Dirceu, ainda que tenham sido obtidas se utilizando de uma câmera espiã e que o repórter tenha tentado invadir o quarto de hotel do ex-ministro. As ações da revista são éticas porque foram feitas contra Dirceu.
Fico imaginando o destaque que uma coisa assim teria se a denúncia de crime fosse contra a Carta Capital.
Basta lembrar do tamanho da repercussão da prisão dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê Vedoin, que envolvia José Serra com a Máfia das Ambulâncias. Ninguém falou dos documentos, mas as fotos do dinheiro fizeram com que a eleição presidencial de 2006 fosse ao segundo turno. E, vira e mexe, o assunto volta à baila como exemplo de falta de ética e crime. Mas não há sequer uma linha, na imprensa hegemônica, acerca da ação criminosa de Veja, não apenas denunciada por José Dirceu, mas confirmada pelo hotel.
Em um lugar sério, Veja seria condenada por crime. Aqui, caso haja alguma investigação, a imprensa dirá, como já disse Reinaldo Azevedo, que se trata de uma tentativa de intimidar o trabalho livre dos jornalistas e da revista.
Quer dizer: corremos o risco de ficarmos reféns de veículos de mídia capazes de tudo para conseguir alcançar seus objetivos - que raramente são jornalísticos. Em um lugar sério, Veja iria para o saco com Murdoch. Pena acreditar que aqui, no Brasil, isso ainda não acontecerá.
Tem colegas jornalistas na blogosfera e redes sociais que vivem a bradar em nome de ética da profissão que esqueceram sua defesa da ética quando leram e viram o caso da Veja desta semana. A ética sempre vale apenas se for para atender meu interesse. Como o alvo dos crimes que a revista semanal da Abril cometeu era a Geni da política brasileira, o ex-ministro José Dirceu, as ações não podem ser consideradas tão criminosas.
Quer dizer: vale ressaltar as "denúncias" trazidas pela revista contra Dirceu, ainda que tenham sido obtidas se utilizando de uma câmera espiã e que o repórter tenha tentado invadir o quarto de hotel do ex-ministro. As ações da revista são éticas porque foram feitas contra Dirceu.
Fico imaginando o destaque que uma coisa assim teria se a denúncia de crime fosse contra a Carta Capital.
Basta lembrar do tamanho da repercussão da prisão dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê Vedoin, que envolvia José Serra com a Máfia das Ambulâncias. Ninguém falou dos documentos, mas as fotos do dinheiro fizeram com que a eleição presidencial de 2006 fosse ao segundo turno. E, vira e mexe, o assunto volta à baila como exemplo de falta de ética e crime. Mas não há sequer uma linha, na imprensa hegemônica, acerca da ação criminosa de Veja, não apenas denunciada por José Dirceu, mas confirmada pelo hotel.
Em um lugar sério, Veja seria condenada por crime. Aqui, caso haja alguma investigação, a imprensa dirá, como já disse Reinaldo Azevedo, que se trata de uma tentativa de intimidar o trabalho livre dos jornalistas e da revista.
Quer dizer: corremos o risco de ficarmos reféns de veículos de mídia capazes de tudo para conseguir alcançar seus objetivos - que raramente são jornalísticos. Em um lugar sério, Veja iria para o saco com Murdoch. Pena acreditar que aqui, no Brasil, isso ainda não acontecerá.
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