Operação Pecado Capital: PV troca Gilson por Paulo Wagner

Portal No Minuto

A prefeita de Natal, Micarla de Sousa, presidente estadual do Partido Verde, está articulando apoios para a candidatura do deputado federal Paulo Wagner à Prefeitura de Parnamirim. A informação foi repassada, na manhã de hoje, pela assessoria de imprensa do parlamentar. O movimento em favor de Paulo Wagner indica que o PV abandonou o projeto da candidatura do deputado estadual Gilson Moura, citado no escândalo do Ipem-RN, investigado pela Operação Pecado Capital.
De acordo com a assessoria de Paulo Wagner, ele “é o nome mais cogitado nos últimos dias para disputar a vaga da Prefeitura [de Parnamirim]”. “Sinto-me honrado e feliz por meu nome ter sido mencionado ao pensarem em uma possível candidatura à Prefeitura dessa cidade, pela qual guardo enorme carinho”, declarou o deputado.
Ainda segundo o material distribuído pela assessoria do deputado, Micarla de Sousa “está buscando apoios junto ao grupo do Deputado Federal João Maia, como também em outras forças políticas do Estado para estudar essa possível indicação do deputado Paulo Wagner para a prefeitura de Parnamirim”.
O material enfatiza, ainda que a irmã da prefeita Micarla de Sousa, Rosy de Sousa, é a suplente de Paulo Wagner na Câmara dos Deputados e, em caso de vitória dele no pleito de 2012, ela assumiria a vaga em Brasília.
“A suplente de Paulo Wagner é a irmã da prefeita, Rosy de Sousa. Caso a eleição de Paulo Wagner e a vitória sejam concretizadas, a vaga na Câmara dos Deputados estaria garantida a Rosy até 2014 e, consequentemente, a oportunidade de a mesma apresentar seu trabalho em prol do Rio Grande do Norte”, diz a nota.
Desgaste A reportagem do portal Nominuto.com tenta, desde a semana passada, sem sucesso, um contato com Gilson Moura. O deputado foi candidato a prefeito de Parnamirim em 2008, tendo sido derrotado pelo atual gestor do município, Maurício Marques (PDT).

Desgastado desde que a investigação do Ministério Público revelou a ação da “organização criminosa” que teria desviado milhões em recursos públicos do Ipem-RN, Gilson Moura tem evitado falar com a imprensa. O advogado Rychardson de Macedo Bernardo, ex-diretor da autarquia estadual e suposto líder do grupo, foi indicado para o cargo pelo parlamentar do PV.
Rychardson permaneceu à frente do Ipem-RN de 2007 a fevereiro de 2010, quando foi exonerado pela ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Depois da exoneração, ele voltou a trabalhar como assessor parlamentar de Gilson Moura na Assembleia Legislativa. Além disso, o advogado também foi doador de campanha do deputado estadual em 2010.
Na petição do Ministério Público sobre a Operação Pecado Capital, Gilson Moura é citado numa na transcrição de uma conversa entre Rychardson e o também advogado Daniel Vale Bezerra, ex-coordenador jurídico do Ipem-RN, como responsável pela indicação de 53 supostos funcionários fantasmas. Essas pessoas teriam sido contratadas por uma empresa terceirizada (FF Construções e Serviços ME), recebiam suas remunerações sem trabalhar e, depois, dividiam o salário com os líderes do esquema.
Além de Rychardson, a “organização” era integrada, ainda, pelo irmão dele, Rhandson de Macedo Bernardo, pelo advogado Daniel Vale Bezerra (ex-coordenador jurídico do Ipem), pelo engenheiro civil Aécio Aluízio Fernandes de Faria (ex-diretor financeiro), pelo analista de sistemas Adriano Flávio Cardoso Nogueira (ex-diretor administrativo) e pelos próprios pais, José Bernardo e Maria das Graças de Macedo Bernardo.
 

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