Estudantes da USP e a alma encantadora das ruas


Por Xico Sá


Não que as pequenas barricadas anteriores tenham sido à toa, mas, todavia, porém, como velho invasor da reitoria da UFPE, discordei de alguns pontos. Câmbio de experiências e repertórios. É do juego.

Dialéticos corações à parte, invadir reitoria não basta, vira a versão política de “O Anjo Exterminador”, o grande filme do Luis Buñuel, o gênio dos gênios dos geniais do cinema.

Bienvenidos às ruas, bravos Estudantes da USP. Agora sim. Mirem-se no exemplo dos chilenos. Vamos pedir 10% do PIB para a educação pública e de qualidade, causa que já tem muita gente defendendo no PatroPizza.

Agora sim, sem carecer explicação ou debates, vocês mostram que a causa é além do baseado, além do pesadelo da PM, além da babaquice dos que acham que não passam de mimados filhinhos de papais das Perdizes.

Estudante na rua sempre traz bom presságio.

Basta estar na rua para o discurso crescer naturalmente.

Para sair do gueto universitário.

Pra eliminar a arquitetura de caso pensado da Ditadura dos milicos: campis distantes do centro, faculdades isoladas, ilhas, desertos de homens e ideias.

A rua, eu gosto é da rua.

Bienvenidos às ruas, bravos Estudantes da USP.

À la calle, como os chilenos, me gusta la causa de los estudiantes.

A rua naturalmente amplia o discurso, a rua é o megafone da alma encantadora, de João do Rio ao dia histórico de hoje.

Comentários