Operação Sinal Fechado e o governo Rosalba



Uma parte considerável da imprensa ainda está desconsiderando os vínculos que estão apontados entre a quadrilha que foi desbaratada pela Operação Sinal Fechado e o governo atual.  Enquanto resta evidente o envolvimento de Iberê e Wilma, parecem querer empurrar para debaixo do pano o que sugerem alguns elementos dos áudios degravados na petição do ministério público.
O primeiro deles: a evidente colaboração de José Agripino, o "probo" senador, com o grupo.  Em uma gravação, por exemplo, o líder George Olímpio informa que está indo a Brasília para um encontro com o senador e o advogado e ex-ministro do STJ, José Delgado.
Além disso, em dois momentos há indícios fortíssimos de que o governo estava trabalhando para que o negócio da quadrilha tivesse possibilidade de continuar.  Conversando sobre uma petição que estavam para apresentar quanto à suspensão do serviço determinada pelo governo Rosalba, Marco Doninelli diz que o "governo quer negociar mas está com Marcos Rola [da EIT] por trás"e que o governo quer é tirar dinheiro.
Um outro indício de um maior envolvimento do governo atual do que gostaria de admitir a governadora Rosalba Ciarlini é dado neste trecho da petição do MP.  O desembargador Expedito Ferreira teria ligado para o primeiro-cavalheiro Carlos Augusto Rosado intercedendo em favor da organização criminosa.  Em outro ponto, Carlos Augusto diz que por ele não sabia em quando abria isso.
Érico Ferreira, diretor-geral do Detran, não parece estar em situação tranquila.  Ele, por exemplo, se reuniu com o grupo e parecia estar querendo jogar contra, como diz uma degravação. (Aqui vale um parêntese: a conversa dessa gravação me parece ser uma das mais pesadas da investigação.  Falando sobre Edson Cézar, o Mou, Gilmar da Montana fala no telefonema: "Com George se ele entrar ele apaga").
Outro elemento que atenta contra a atual gestão é a comprovação que a organização estava, novamente, fraudando a licitação para contratação do serviço do registro de veículos, como restou comprovado quando o MP encontrou, na casa de George Olímpio, as propostas que seriam apresentadas no dia seguinte.

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