Prisão de Nem foi uma rendição negociada





As forças de segurança do RJ e a grande imprensa venderam a prisão do líder do crime organizado na Rocinha como uma vitória histórica na guerra contra o tráfico.  Construíram os mitos de heróicos policiais que não se renderam às tentativas de suborno.
No entanto, elementos surgidos nos últimos dias - conteúdo de entrevista de Nem a Ruth Aquino, entrevista de chefes do sistema de segurança do Rio de Janeiro, além do conteúdo de SMS trocados por policiais que negociavam a rendição do traficante - deixaram claro que o que aconteceu na semana passada foi uma rendição negociada, não uma prisão.  Que aconteceu na semana em que a Rocinha seria ocupada.
A matéria da Folha de São Paulo, abaixo, é mais um elemento nesse conjunto.



Nos últimos dias como proprietário informal da favela da Rocinha, o traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, deu cinco dias de festas regadas a cerveja e música, segundo moradores. Foi entre o fim de outubro e o início deste mês, afirmam.
Segundo essas pessoas, que falaram sob condição de anonimato, as festas foram despedida dos tempos de "reinado" e, também, para comemorar a vitória de uma chapa da associação de moradores que ele apoiaria.
Alguns eleitores alegam ter havido compra de voto.
Cabos eleitorais ganharam R$ 50 para levar consigo três eleitores compromissados em votar na chapa apoiada pelo traficante. Dos 5.200 votos, a chapa teve quase 4.000.
Presidente eleito da UPMMR (União Pró Melhoramentos dos Moradores da Rocinha), Leonardo Lima nega ligação com o traficante. Disse ainda que associação nunca teve vínculo com ninguém.
"Se fosse assim, eu tinha levado 500 pessoas e ficaria rico", afirmou, dizendo desconhecer as festas que, segundo moradores, Nem promoveu.

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