Do UOL
O governo da Síria aceitou nesta quarta-feira o Mapa de Caminho apresentado pela Liga Árabe para encerrar a crise no país, que inclui o fim de todas as ações violentas, a permissão da entrada de jornalistas no país e a libertação dos detidos durante os protestos contra o regime do presidente Bashar al Assad.
"A Liga Árabe agradece ao governo da Síria por ter aceitado ao plano árabe", diz o comunicado divulgado pelo grupo após a reunião, no Cairo, acrescentando que "agora é necessário uma imediata e completa implementação dos pontos do plano". Segundo uma fonte da Liga, "a delegação síria aceitou sem reservas o plano da Liga Árabe em sua totalidade".
O comunicado ainda diz que "uma comissão árabe se responsabiliza por entregar relatórios periódicos ao conselho ministerial da Liga Árabe com informações sobre o progresso do plano".
Segundo a Al Jazeera, entre as primeiras ações do governo sírio estariam a retirada das tropas do governo sírio da cidade de Damasco e a permissão da entrada de jornalistas no país.
O primeiro-ministro catariano, xeique Hamad bin Jassim al-Thani, afirmou em entrevista coletiva, após uma reunião ministerial no Cairo, que "nós estamos felizes por ter chegado a esse acordo e ficaremos ainda mais felizes quando ele for implementado imediatamente." Ele relatou também que a Liga Árabe continuará os contatos entre o governo sírio e a oposição "na preparação para o diálogo nacional dentro de duas semanas."
Desde o início dos protestos no país, Assad mobilizou seu exército e suas forças de segurança para sufocar os protestos inspirados pelas revoltas em outras partes do mundo árabe, alegando que estava combatendo militantes islâmicos e gangues armadas. A ONU diz que 3 mil pessoas foram mortas nos confrontos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em visita à Líbia nesta quarta-feira, pediu às autoridades sírias o fim imediato das mortes de civis como resultado da repressão dos protestos contra o governo sírio.
"As mortes de civis devem cessar imediatamente", disse Ban em entrevista coletiva em Trípoli, durante sua primeira visita à Líbia desde o início, no final de fevereiro, da revolta popular que derrubou o regime de Muammar Gaddafi.
"O presidente Assad deve implementar o acordo o mais rapidamente possível e conforme o planejado; as pessoas têm sofrido demais por muito tempo", declarou, referindo-se ao acordo alcançado em Damasco e ao plano da Liga Árabe para acabar com a crise.
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