Hoje à tarde sai do trabalho ouvindo nosso radiojornalismo nas FMs da cidade. O rádio do carro estava sintonizado na 96 FM porque gosto de ouvir o Jornal 96, pela manhã, com Diógenes Dantas.
Passava o Jornal das Seis. Com Sinedino, Túlio Lemos e Marcos Aurélio de Sá. De início, um comentário de Marcos Aurélio me chamou a atenção, mas não me surpreendeu, uma vez que seu posicionamento ideológico é bem conhecido da cidade há bastante tempo. Marcos, ao comentar a Operação QI deflagrada hoje contra fraudes em concursos públicos, afirmou o que diz a direita do país há nove anos: nunca antes houve tanta corrupção. Claro que a miopia se justifica com a ideologia: a corrupção não aumentou necessariamente, mas a nossa democracia amadureceu no Brasil o suficiente para que as estruturas de fiscalização e controle se tornassem mais eficazes em denunciar os desvios e crimes. No Rio Grande do Norte, mesmo, as estruturas criminosas que somente agora estão sendo expostas estão no poder há várias décadas. Somente agora são enfrentadas.
Mesmo percebendo o quão superficial era o comentário, não mudei a estação porque não surpreendia. Surpreendeu o comentário seguinte de Túlio Lemos. Ao falar dos números da pesquisa Perfil que apontou Carlos Eduardo na frente da disputa em Natal, com a ex-governadora Wilma de Faria em segundo, Túlio afirmou que não acredita em nenhuma pesquisa que atribua menos de 30% dos votos a Wilma em Natal. No que concordou Marcos. E ainda disseram que o fato de Wilma ter sido denunciada pela Operação Sinal Fechado não influencia, de verdade, a intenção de votos da ex-prefeita. Como se esse fosse o único pepino criminal no qual Wilma está metida.
Decidi mudar de rádio ao perceber que os comentaristas, na torcida, agora distorciam descaradamente os fatos. Mudei para a 95FM, rádio da prefeita, para ouvir Alex Vianna e Daniele Freire. Falavam sobre a votação do pedido de abertura do processo de impeachment, nesta manhã, na Câmara Municipal de Natal. Alex disse que não conseguia entender o que acontecia na Câmara porque só ouvia os brados de alguns vereadores. Disse o jornalista que não consegue assistir à tevê Câmara quando alguns vereadores bradam aos microfones. Alex afirmou que desligou a tevê e foi se informar pelo twitter, outras mídias e falando com parlamentares.
Os dois apresentadores têm todo o direito de discordar do pedido de impeachment. Mas não têm o direito de desinformar. Alex não explicou do que se tratava o pedido, falou apenas que a prefeita não fizera nada que justificasse um impedimento jurídico para a continuidade do exercício do cargo. Assim como não falou que a maioria dos vereadores presentes à sessão votou favoravelmente à abertura do processo (8 a 7), ainda que não com o número de votos necessários para que não fosse arquivado. No mínimo, esperava de um jornalista, Alex deveria ter noticiado que o pedido foi protocolado ontem à noite baseado no não-cumprimento de um TAC pela prefeita e a não-aplicação de recursos da ordem de R$ 54 milhões na educação do município. Recursos que a prefeitura era obrigada a aplicar.
Desliguei o rádio e fui ouvir música. Certo de que não temos jornalismo político na rádio natalense.
Passava o Jornal das Seis. Com Sinedino, Túlio Lemos e Marcos Aurélio de Sá. De início, um comentário de Marcos Aurélio me chamou a atenção, mas não me surpreendeu, uma vez que seu posicionamento ideológico é bem conhecido da cidade há bastante tempo. Marcos, ao comentar a Operação QI deflagrada hoje contra fraudes em concursos públicos, afirmou o que diz a direita do país há nove anos: nunca antes houve tanta corrupção. Claro que a miopia se justifica com a ideologia: a corrupção não aumentou necessariamente, mas a nossa democracia amadureceu no Brasil o suficiente para que as estruturas de fiscalização e controle se tornassem mais eficazes em denunciar os desvios e crimes. No Rio Grande do Norte, mesmo, as estruturas criminosas que somente agora estão sendo expostas estão no poder há várias décadas. Somente agora são enfrentadas.
Mesmo percebendo o quão superficial era o comentário, não mudei a estação porque não surpreendia. Surpreendeu o comentário seguinte de Túlio Lemos. Ao falar dos números da pesquisa Perfil que apontou Carlos Eduardo na frente da disputa em Natal, com a ex-governadora Wilma de Faria em segundo, Túlio afirmou que não acredita em nenhuma pesquisa que atribua menos de 30% dos votos a Wilma em Natal. No que concordou Marcos. E ainda disseram que o fato de Wilma ter sido denunciada pela Operação Sinal Fechado não influencia, de verdade, a intenção de votos da ex-prefeita. Como se esse fosse o único pepino criminal no qual Wilma está metida.
Decidi mudar de rádio ao perceber que os comentaristas, na torcida, agora distorciam descaradamente os fatos. Mudei para a 95FM, rádio da prefeita, para ouvir Alex Vianna e Daniele Freire. Falavam sobre a votação do pedido de abertura do processo de impeachment, nesta manhã, na Câmara Municipal de Natal. Alex disse que não conseguia entender o que acontecia na Câmara porque só ouvia os brados de alguns vereadores. Disse o jornalista que não consegue assistir à tevê Câmara quando alguns vereadores bradam aos microfones. Alex afirmou que desligou a tevê e foi se informar pelo twitter, outras mídias e falando com parlamentares.
Os dois apresentadores têm todo o direito de discordar do pedido de impeachment. Mas não têm o direito de desinformar. Alex não explicou do que se tratava o pedido, falou apenas que a prefeita não fizera nada que justificasse um impedimento jurídico para a continuidade do exercício do cargo. Assim como não falou que a maioria dos vereadores presentes à sessão votou favoravelmente à abertura do processo (8 a 7), ainda que não com o número de votos necessários para que não fosse arquivado. No mínimo, esperava de um jornalista, Alex deveria ter noticiado que o pedido foi protocolado ontem à noite baseado no não-cumprimento de um TAC pela prefeita e a não-aplicação de recursos da ordem de R$ 54 milhões na educação do município. Recursos que a prefeitura era obrigada a aplicar.
Desliguei o rádio e fui ouvir música. Certo de que não temos jornalismo político na rádio natalense.
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