Operação Pecado Capital: Juiz declara suspeição e sai do caso

Na Tribuna do Norte


O juiz da 2a. Vara Federal, Mário Jambo, declarou suspeição para julgar os processos relativos à Operação Pecado Capital. Segundo texto publicado no site da Justiça Federal, um aluno que é orientado por Jambo no curso de especialização da UFRN "mantém relação de extrema proximidade com um dos réus", sendo inclusive citado nas gravações. Ainda não foi definido um novo juiz para o caso, mas, como só existem duas varas criminais na Justiça Federal potiguar, o mais provável é que o juiz Walter Nunes, da 1a. Vara Criminal, seja o escolhido para continuar com o caso.
[O juiz federal Marco Bruno Miranda, pelo twitter, me esclareceu há pouco que há "provimento do TRF da 5ª região para esses casos.  Mário é sucedido nesses casos por Walter Nunes, titular da 2ª vara"].

O texto produzido pelo juiz Mário Jambo diz o seguinte: "Uma vez constatado, somente nesta data, que um orientando deste julgador desde meados de 2011, em curso de especialização na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, mantém relação de extrema proximidade com um dos réus, inclusive com nome e diálogos citados e gravados em interceptações telefônicas que subsidiam a ação penal, afirmo suspeição para oficiar no presente feito, na forma do art. 97 do Código de Processo Penal, por motivo de foro íntimo".

No momento em que pediu suspeição, Mário Jambo tinha um pedido de prisão domiciliar e um pedido de liberdade provisória para julgar, em nome de Rychardson de Macedo Bernardo, acusado de ser o cabeça do suposto esquema de desvio de recursos no Ipem. Não houve nenhuma manifestação do magistrado nos dois processos devem ser julgados pelo novo juiz designado para o caso.

Rychardson foi presos na Operação Pecado Capital, que apura irregularidades e desvios no Ipem/RN no período de 2007 a 2010. Além dele, foram presos o seu irmão, Rhandson de Macedo Bernardo, Daniel Vale Bezerra, Aécio Nogueira e Adriano Fernandes. Entre os crimes, estão peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, entre outros. Além das prisões, a Operação Pecado Capital resultou no seqüestro judicial de quatro empresas: o Supermercado É show, a Casa do Pão de Queijo (loja do Carrefour), a Platinum Automóveis e o Restaurante Piazzale Mall.

O processo começou na Justiça Estadual, mas foi remetido para esfera federal posteriormente pelo envolvimento de recursos advindos de uma autarquia federal, o Inmetro.

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