Operação Sinal Fechado: Falta alguém


O jornalista Cassiano Arruda parece ter encontrado um meio termo entre o que defendia no mês de fevereiro sobre a inspeção veicular e os contratos do Detran com o Consórcio INSPAR e o que passou a ser seu entendimento após a Operação Sinal Fechado.
Cassiano pode, por incrível que possa parecer, defender sua antiga adversária política, a ex-governadora Wilma de Faria, na sua coluna de hoje no Novo Jornal.  Segundo Cassiano, os balões de ensaio lançados pela defesa de Wilma não podem ser desqualificados - Wilma estaria atribuindo sua responsabilidade no caso ao próprio Ministério Público estadual, que teria recomendado a implantação do novo serviço, "o que foi feito pelo seu Governo, respeitando os ritos da legalidade".

O jornalista destaca que no 
material que foi distribuído à imprensa não houve, por parte dos investigadores (que destacam a operação realizada como resultante de quase um ano de trabalho), nenhuma explicação ou salvaguarda para a tomada de posição lá no início do processo, quando em nome daquela instituição uma Promotora de Justiça recomendou a necessidade da intervenção do estado no controle da emissão de CO2, que pode ameaçar a camada de ozônio e provocar o aquecimento global, raciocínio posteriormente levado até em cidades que não dispõe de uma centena de veículos automotores.
Cassiano se refere a Rossana Sudário.  Na mesma edição de hoje do Novo Jornal, a promotora do meio ambiente se defende negando que tenha feito qualquer recomendação ao governo e afirmando que, ao enviar um ofício à Assembleia Legislativa, onde tramitava o projeto de lei que finalmente implantaria a inspeção, não tinha ideia que havia ilícitos sendo cometidos no processo relacionado.
O colunista de Roda Viva argumenta, então, que a promotora não fez nada que merece suspeita e que por isso não foi investigada.  Desse modo, "termina oferecendo argumentos para muitos outros acusados, também de vida pública ilibada, que não apenas foram investigados, como terminaram presos, sem haver flagrante delito nem qualquer indício de que estivessem dificultando as investigações, como garante a nossa Constituição Cidadã, e reconheceu a Superior Tribunal de Justiça"
O melhor do texto de Cassiano é esta afirmação sobre aqueles de vida pública ilibada. Certamente se refere a Wilma.  A João Faustino.  E a todos os demais cuja participação ainda está sendo demonstrada.  
Por fim, Cassiano, no texto de hoje, faz uma recomendação ao MP:
Em defesa da instituição Ministério Público se faz necessário, além dessas explicações, uma outra, sobre a existência de uma fração, na cobrança que foi instituída no registro de contratos de financiamento de veículos, fração que foi paga para engordar o Fundo de Reaparelhamento do Ministério Público Estadual. Recursos indevidos, segundo o próprio Ministério Público, que prometeu devolver o que recebeu. – A quem?
Existe uma lição, que se aprende na infância, e que, mesmo singela e antiga, nunca perde sua atualidade: - A Justiça para ser boa começa de casa.
Aí, eu, como blogueiro e jornalista, poderia perguntar a Cassiano, já que perguntar não ofende: escreveste este texto em defesa de quem mesmo? 

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