Assassinado em Maringá comparsa do senador tucano Álvaro Dias

Por Osvaldo Bertolino

http://www.outroladodanoticia.com.br/inicial/24226-comparsa-de-alvaro-dias-psdb-pr-no-desvio-r-100-mi-e-assassinado-em-maringa-.html

O ex-secretário da Fazenda de Maringá, Noroeste do Paraná, Luiz Antônio Paolicchi, operador de um esquema de desvio de dinheiro da prefeitura da cidade para as campanhas de Álvaro Dias (PSDB) e Jaime Lerner (então PFL, hoje DEM) a senador e a governador, respectivamente, foi assassinado.

Comandava a prefeitura o tucano Jairo Gianoto, condenado, com auxiliares, a devolver R$ 500 milhões aos cofres públicos

O caso vem sendo escondido pela mídia. Paolicchi é apresentado como o único responsável pelo desvio de recursos.

A polícia ainda não tem suspeitas, mas a hipótese de roubo foi descartada, pois nada foi levado do ex-secretário ligado ao tucanato. O corpo dele foi encontrado amarrado dentro do porta-malas de um carro que estava abandonado.

Segundo Paolicchi, o dinheiro da prefeitura foi usado para pagar campanhas de Jaime Lerner e Álvaro Dias.

No dia 7 de março de 2001, Álvaro Dias protocolou, na Vara Federal Criminal de Maringá, solicitação para que lhe fosse fornecida uma cópia do depoimento prestado à Justiça Federal por Paolicchi.

O juiz federal substituto Anderson Furlan Freire da Silva deferiu o requerimento.

Igual pedido havia sido encaminhado à Vara Criminal no dia 5 de março de 2001 pelo governador Jaime Lerner e também obteve resposta positiva do magistrado.

Por que o senador não diz o que está dito no depoimento?

Será que é por que ninguém perguntou isso a ele?

Seria bom a "opinião pública" — ele gosta desse termo — saber que em 1994, na sucessão do governador Roberto Requião (PMDB), Lerner, candidato da direita, enfrentava um franco favorito Álvaro Dias.

Um esquema financeiro forte foi montado pelos empresários Mário Celso Petraglia e Atilano de Oms Sobrinho, da INEPAR, com a participação do então presidente do PDT paranaense, o engenheiro Cássio Taniguchi, e do advogado Giovanni Gionédis, que viria a ser o poderosíssimo secretário da Fazenda do Estado.

O quarteto, utilizando-se do prestígio nacional e internacional da então fortíssima INEPAR e da reconhecida habilidade de Petraglia para construir operações financeiras intrincadas, levantou um "papagaio" através de uma off-shore no Uruguai.

Assim, com um caixa razoável, começou a campanha vitoriosa.

Petraglia foi uma das personagens centrais da CPI dos Precatórios, operação nascida de dentro do Banestado, como incubador de desvios do Bradesco, dos pequenos bancos que foram liquidados pelo Banco Central (BC) no rastro das denúncias dos então senadores Kleinubing (PFL-SC) e Roberto Requião (PMDB-PR).

Lerner entregara-lhe o Banestado.

Em 1998, Lerner fez um "acordo branco" com Álvaro Dias.

Álvaro, candidato ao Senado, não apoiou Requião, adversário de Lerner.

Lerner, buscando a reeleição, não lançou candidato ao Senado.

Em 2002, no segundo turno, contra Requião, Lerner abriu seu voto em favor de Dias.

Perderam ambos.


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