A incrível arte do sujo falar do mal lavado

Por Paulo Emílio
Na Carta Potiguar


Começou o ano, resultado do vestibular mais concorrido do estado, cabeças raspadas, sobrancelhas com band-aid coloridos, pais e a sociedade esperançosa com o futuro da nação (isso merece outro texto, lembrem-me depois) e por aí vai… No entanto, na contramão de tudo isso, estão os “esquenta bancos políticos-partidários”. Quem são esses? Ah, esses são, em minha opinião, o pior tipo de estudantes que a universidade pode ter. São alunos(?) que utilizam o espaço universitário (produtor de conhecimento) para fazer somente propaganda político-partidária.

Como disse no começo, o resultado do vestibular saiu há dois dias* e nas redes sociais (principalmente no facebook) começou a campanha: “o DCE é do meu partido”. De um lado a UJS/PC do B com 6 aprovados; do outro a JPT/PT com 4 aprovados. De um lado, fotos do outro grupo com a prefeita; do outro, também fotos com a prefeita com grupo de lá. De um lado, acusações de corrupção (essa é a piada do dia); do outro, mais acusações com direito a uma das maiores pérolas que tive o (des)prazer de ler: “a Dilma tá fazendo a faxina nos corruptos. Tirou Orlando Silva do Ministério dos Esportes”, isso porque ele provavelmente  esqueceu (na melhor das hipóteses) que a mesma Dilma colocou Aldo Rebelo que, COINCIDENTEMENTE (segunda piada do dia), é do mesmo partido do ex-ministro e um dos responsáveis pelo Novo Código Florestal. É rir pra não chorar.

Pois é, diante de tantas acusações de ambos os lados, ninguém lembrou que o DCE serve de interesse aos estudantes e não aos partidos. Mas, além disso, será que eles vão se lembrar dessa eterna disputa quando forem abraçar o mesmo candidato à prefeitura?

Até lá, me dá licença que vou bem ali curtir a festa de posse do DCE (eleito com menos de 5% de participação estudantil, claro!) na casa do meu ex-vereador predileto…

*: Texto escrito em 07/01/2012

Ps: O texto, de maneira alguma, tem a intenção de tentar criminalizar a propaganda de partidos políticos ou qualquer outro tipo de manifestação na universidade. A intenção do texto é criticar a atuação que determinadas correntes políticas fazem na universidade; de estudantes sem compromisso com seus respectivos cursos (consequentemente com a sociedade – que é responsável por financiar os estudos); a utilização não democrática da UFRN/DCE apenas para propagandas políticas; sem responsabilidade alguma com o bem-estar dos estudantes; e, principalmente, sem diálogo com os mesmos.

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