Em maio passado, o grupo Folha/UOL foi um dos que criticou o material distribuído pelo MEC em que se explicava as questões referentes à norma padrão e às formas não-padrão da língua portuguesa. Em texto, por exemplo, publicado em 14 de maio, já trazia no título seu claro posicionamento ("Livro distribuído pelo MEC defende errar concordância"). Para criticar o texto, a matéria da Folha recorreu a dois dos maiores representantes da corrente que enfatiza a gramática como a única forma da língua portuguesa: Evanildo Bechara e Pasquale Cipro Neto:
O linguista Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, critica os PCNs [Parâmetros Currículares Nacionais].Pois é. Nada como um dia depois do outro.
"Há uma confusão entre o que se espera da pesquisa de um cientista e a tarefa de um professor. Se o professor diz que o aluno pode continuar falando 'nós vai' porque isso não está errado, então esse é o pior tipo de pedagogia, a da mesmice cultural", diz.
"Se um indivíduo vai para a escola, é porque busca ascensão social. E isso demanda da escola que lhe ensine novas formas de pensar, agir e falar", continua Bechara.
Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, alerta para o risco de exageros. "Uma coisa é manifestar preconceito contra quem quer que seja por causa da expressão que ela usa. Mas isso não quer dizer que qualquer variedade da língua é adequada a qualquer situação."
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