Por Tiago Aguiar
No blogCheque Sustado
Quando os navegadores portugueses encontraram o estuário do rio Potenji, acabaram por batizar a capitania hereditária com o nome de Rio Grande do Norte. É um fato curioso e irônico, tendo em vista que em quase toda sua extensão o rio é tímido e acanhado, pouco caudaloso e até mesmo temporário, tendo real vigor somente no encontro com as águas do mar que invadem o continente.
Tal e qual os navegantes foram iludidos pela miragem de um grande rio que em real e concreto é apenas um riacho, as instituições republicanas dão hoje em dia a impressão que vive-se em um estado democrático de direito. Mas a nossa justiça apenas funciona para ladrões de galinha e pretos, pobres, traficantes pés de chinelo. Tendo dinheiro, estando no poder, se inocenta ou se prescreve - é a ilusão democrática.
Na Capitania do Rio Pequeno do Norte a liberdade de comunicação acaba nas armas em mãos de homens ferozes, quadrilhas de pistoleiros que refletem um moderno cangaço de aluguel. Nas últimas estações dois jornalistas foram assassinados nestas paragens, lembra a ANJ, enquanto em todo o Brasil este número foi de cinco. Talvez o órgão patronal não tenha dado conta que os jornalistas mortos no Rio Pequeno do Norte não serviam às empresas corporativas, eram independentes.
Foram eles F. Gomes e Edinaldo Filgueira, além de jornalistas, blogueiros, que desafiavam o sistema coronelista, que denunciavam a macro estrutura criminosa e que em idêntica condição foram assassinados por um grupo de pistoleiros vindos em motos, e a bala, na frente do local de trabalho, encomenda cumprida.
Destarte, as empresas corporativas em suas negociações trabalhistas com o sindicato dos jornalistas humilham a classe, sendo o Rio Pequeno do Norte o estado em que o menor piso salarial é pago aos trabalhadores da comunicação. Trabalhadores estes que em seu ofício recebem ameaças da própria polícia, como no caso da fotógrafa Ana Amaral, ameaçada por um PM que apontou uma arma para a sua cabeça enquanto a jornalista cumpria o seu ofício.
Saibam todos que no Rio Pequeno do Norte o prefeito Josivan Bibiano, preso como mandante do assassinato de Edinaldo Filgueira acaba de receber um habeas corpus do Tribunal de Justiça do Rio Pequeno do Norte.
Sejam todos bem vindos ao Rio Pequeno do Norte, terra de lindos sítios, povo acolhedor e hospitaleiro. Mas tomem todos os devidos cuidados com que se diz, se escreve, se bloga. O Rio Pequeno do Norte é um dos Estados da ilusão democrática.
No blogCheque Sustado
Quando os navegadores portugueses encontraram o estuário do rio Potenji, acabaram por batizar a capitania hereditária com o nome de Rio Grande do Norte. É um fato curioso e irônico, tendo em vista que em quase toda sua extensão o rio é tímido e acanhado, pouco caudaloso e até mesmo temporário, tendo real vigor somente no encontro com as águas do mar que invadem o continente.
Tal e qual os navegantes foram iludidos pela miragem de um grande rio que em real e concreto é apenas um riacho, as instituições republicanas dão hoje em dia a impressão que vive-se em um estado democrático de direito. Mas a nossa justiça apenas funciona para ladrões de galinha e pretos, pobres, traficantes pés de chinelo. Tendo dinheiro, estando no poder, se inocenta ou se prescreve - é a ilusão democrática.
Na Capitania do Rio Pequeno do Norte a liberdade de comunicação acaba nas armas em mãos de homens ferozes, quadrilhas de pistoleiros que refletem um moderno cangaço de aluguel. Nas últimas estações dois jornalistas foram assassinados nestas paragens, lembra a ANJ, enquanto em todo o Brasil este número foi de cinco. Talvez o órgão patronal não tenha dado conta que os jornalistas mortos no Rio Pequeno do Norte não serviam às empresas corporativas, eram independentes.
Foram eles F. Gomes e Edinaldo Filgueira, além de jornalistas, blogueiros, que desafiavam o sistema coronelista, que denunciavam a macro estrutura criminosa e que em idêntica condição foram assassinados por um grupo de pistoleiros vindos em motos, e a bala, na frente do local de trabalho, encomenda cumprida.
Destarte, as empresas corporativas em suas negociações trabalhistas com o sindicato dos jornalistas humilham a classe, sendo o Rio Pequeno do Norte o estado em que o menor piso salarial é pago aos trabalhadores da comunicação. Trabalhadores estes que em seu ofício recebem ameaças da própria polícia, como no caso da fotógrafa Ana Amaral, ameaçada por um PM que apontou uma arma para a sua cabeça enquanto a jornalista cumpria o seu ofício.
Saibam todos que no Rio Pequeno do Norte o prefeito Josivan Bibiano, preso como mandante do assassinato de Edinaldo Filgueira acaba de receber um habeas corpus do Tribunal de Justiça do Rio Pequeno do Norte.
Sejam todos bem vindos ao Rio Pequeno do Norte, terra de lindos sítios, povo acolhedor e hospitaleiro. Mas tomem todos os devidos cuidados com que se diz, se escreve, se bloga. O Rio Pequeno do Norte é um dos Estados da ilusão democrática.
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