#NatalMinhaCopaMinhaVida: Em entrevista, secretário passa recibo ao Comitê Popular da Copa em Natal

A enorme entrevista de Demétrio Torres ao Diário de Natal fala um bocado, além das palavras que disse o secretário.  Além de fazer um esforço retórico para por fim se desmentir - ao afirmarm, por exemplo, que apenas 20,56% da obra da Arena das Dunas está pronta, ao contrário dos 22% ditos ao telefone para a ESPN há quase duas semanas -, o único argumento do secretário é a desqualificação, tanto da emissora multinacional quanto do Comitê Popular da Copa.  
Não entende ele que o Comitê Popular da Copa representa justamente a parcela da população pela qual não tem olhado o governo do Estado - e por isso amarga quase 70% de desaprovação popular.  
Na minha avaliação elas têm pouca credibilidade que até areia movediça arranjaram para Natal [Demétrio se refere ao título da série da ESPN]. Não sei a serviço de quem está o Comitê Popular ou a ESPN, que fez as matérias baseadas em depoimentos deles. Aliás, eu estou muito satisfeito com a imprensa local porque todos entenderam aqui que aquilo era uma coisa muito negativa para Natal. E não repercutiu. Aliás, repercutiu muito pouco. O que eu observo é que a imprensa do Sudeste ainda não engoliu uma coisa sobre a Copa. 
Vive em outra era também ao afirmar que não houve repercussão na imprensa local.  Esquece o poder das redes sociais e dos sites e blogs na Internet.  Na quarta-feira, por exemplo, um tuitaço sobre o tema da violação de direitos nas obras da Copa fez com que a hashtag #NatalMinhaCasaMinhaVida ocupasse o segundo lugar nos Trend Topics do twitter no Brasil - diversos e ricos textos foram escritos naqueles momentos.
Erra em desqualificar o Comitê Popular da Copa - que tem em sua composição, além dos moradores atingidos (e que organizaram a APAC) -, advogados, professores e pesquisadores da universidade, e promotores do Ministério Público.
A entrevista mostra que Demétrio está desacostumado com o controle social preconizado em nossa Constituição.  Confunde transparência com outra coisa ao falar sobre os órgãos de controle da obra - e esquece de mencionar que não há publicidade, exigida, dos projetos e outros documentos relacionados à Copa em Natal.


No Diário de Natal


A viabilidade de um empreendimento grande como a Arena das Dunas, estádio que vai sediar os quatro jogos da Copa 2014 em Natal, vez por outra é questionada. Políticos, imprensa, população. É comum taxar o empreendimento como "elefante branco", apesar de sucessivas declarações do Governo do Estado e da construtora OAS de que será um estádio multiuso, não apenas usado para jogos de futebol, mas também para shows, eventos e outras atrações esportivas e artístico-culturais. 

Pois bem, em entrevista exclusiva a O Poti/Diário de Natal, o Secretário Extraordinário para Assuntos Relativos à Copa (Secopa), Demétrio Torres, reafirmou que não teme que a Arena das Dunas se torne um elefante branco. Ele lembrou que há muitos interesses em jogo para que o estádio se resuma a quatro jogos de futebol, e citou a sociedade da OAS e do governo com a empresa holandesa Amsterdam Arena dentro da Sociedade de Propósitos Específicos (SPE) criada para demolir, construir, operar e manter o estádio na capital potiguar, como prova daviabilidade da Arena no pós-2014.

Mas Demétrio foi além desse assunto durante a entrevista. Falou sobre os dez órgãos que fiscalizam a Copa em Natal, sobre notícias negativas veiculadas na imprensa nacional, que levam insegurança inclusive a quem investe no Estado, sobre a oportunidade para os clubes de futebol locais na Arena das Dunas, e sobre o cronograma de obras. Desapropriações, obras de mobilidade sob responsabilidade do Governo do Estado e parceria com a prefeitura de Natal também foram assuntos abordados pelo secretário, cujas respostas estão reproduzidas a seguir.


Matérias negativas na imprensa nacional
Como o Sr. avalia as matérias negativas publicadas na imprensa nacional sobre a Copa em Natal, especialmente a série recente feita pela ESPN Brasil, que entrevistou o Comitê Popular local e denunciou supostas irregularidades?
Na minha avaliação elas têm pouca credibilidade que até areia movediça arranjaram para Natal [Demétrio se refere ao título da série da ESPN]. Não sei a serviço de quem está o Comitê Popular ou a ESPN, que fez as matérias baseadas em depoimentos deles. Aliás, eu estou muito satisfeito com a imprensa local porque todos entenderam aqui que aquilo era uma coisa muito negativa para Natal. E não repercutiu. Aliás, repercutiu muito pouco. O que eu observo é que a imprensa do Sudeste ainda não engoliu uma coisa sobre a Copa. A Copa no Brasil foi o primeiro evento realizado no país em que nós aqui do Nordeste tivemos o mesmo tratamento que o Sul e o Sudeste. Nós nordestinos tivemos competência. Eles pensaram que tudo iria cair só lá, mas provamos que fizemos um bom dever de casa. E nós precisamos começar a assumir o orgulho desse fato, assim como fazem os cearenses. Veja o exemplo de Fortaleza. A cidade é menor, mas terá mais jogos do que Recife. Lá não existe ninguém contra a Copa do Mundo. Não sei a serviço de quem estão os críticos da Copa em Natal.

As matérias diziam que as obras de mobilidade desrespeitam o direito da população e até mesmo a natureza. O Sr. concorda?
Absolutamente. Pra mim um dos piores exemplos de comitê e de pessoas que não têm responsabilidade sobre o que dizem é o projeto da Via Costeira. O projeto foi totalmente mutilado, um crime contra Natal. O governo de então aceitou aquilo não sei o motivo, e hoje está morrendo gente e não aparece as pessoas que modificaram o projeto técnico. A Via Costeira tem um projeto fora de norma, perigoso, e está lá. A prova é a quantidade de acidentes, inclusive com mortes. As mudanças só podem ser feitas com responsabilidade, não levando apenas em consideração motivações político-ideológicas. Existe um problema hoje sério no Brasil que é a mobilidade, e só se resolve esse problema criando espaços. Eu acho que tudo tem que ser discutido com responsabilidade porque, no caso das desapropriações, se envolvem pessoas. A vida delas, os imóveis delas. Óbvio que elas serão prejudicadas. Neste caso, a mudança poderia começar pela legislação sobre desapropriações. 

Houve repercussão negativa para o governo?
Já recebi ligações de investidores preocupados com essas notícias negativas com relação a Natal. Isso é o que resta de reportagens assim. São pessoas que tem interesse em negócios em Natal que se preocupam quando vêem algo assim. E eu não recebi só uma ligação não. Foram várias. Dai você chama, explica direitinho, mostra os projetos. Por exemplo: disseram que nenhum dos nossos projetos tinham licença ambiental. Não é verdade. Nosso projeto está aprovado, inclusive com financiamento aprovado pelo BNDES, com primeiraparcela liberada. Está para sair a segunda. Eles fizeram muitas exigências para liberar o empréstimo, e também nos solicitaram todas as licenças obrigatórias. 

No caso da nova Eng. Roberto Freire, a ESPN disse que ela invadiria o Parque das Dunas, e que a fábrica da Coteminas [S.G.Amarante] daria lugar a um empreendimento imobiliário. Além disso, se falou em fechamento de uma rádio comunitária que estaria denunciando as obras da Copa e que a Central de Comercialização da Agricultura Familiar teria parte do prédio demolido. O que o Sr. diz de tudo isso?

Não tenho opinião ou algo a falar sobre a Coteminas. Não tenho ingerência qualquer. Com relação ao Parque das Dunas, não é verdade. Quem diz isso não conhece o projeto da nova Roberto Freire. A parte da avenida que será alargada já é ocupada com calçadão, com a própria via. Uma pequena parte da área que já é degradada é que será usada. A avenida não vai avançar no parque. Não vai chegar nas dunas. Ficará muito longe de chegar nas dunas. Sobre o fechamento da rádio, não tenho absolutamente nenhum conhecimento sobre isso e a respeito da Central da Agricultura, aquela parte inclui o que cabe à prefeitura de Natal na Matriz de Responsabilidades da Copa. Não conheço detalhes do projeto da Av. Cap-Mor Gouveia, não tenho conhecimento se [o alargamento dela] atinge esse prédio. Mas lhe digo com franqueza: como naquele trecho ali próximo à Ceasa só há terrenos públicos, é preferível se fazer obras neles do que desapropriar a outra parte. É mais humano e também mais justo.

Elefante branco
O estádio não corre riscos de se tornar um elefante branco?
Quem afirma isso diz baseado apenas no "achismo". A Arena das Dunas não é um faz-de-contas. Isso é um projeto de engenharia, temos todos os projetos técnicos. Ninguém está palpitando nada nesse estádio. O BNDES não iria financiar um negócio desses se não houvesse um projeto de viabilidade econômica. E existe. Esta Arena é mais um equipamento para que se possa incentivar nosso maior negócio que é o turismo. A empresa que vai administrar a Arena das Dunas também vai administrar as arenas Fonte Nova (Salvador) e o Beira-Rio (Porto Alegre). Então ela vai ter três estádios em três capitais. Isso é importante porque será uma empresa com equipamentos para grandes eventos no Nordeste e no Sul do país. Uma das sócias dessa empresa para eventos é a Amsterdam Arena, responsável pelos eventos no estádio do PSV. É uma empresa holandesa que tem toda capacidade de contribuir com o funcionamento da Arena das Dunas depois da Copa.

Essa empresa holandesa é quem vai operar o estádio?
A OAS é a empresa que ganhou a licitação para construção do estádio. O próprio edital já previa que, após essa licitação, ela formaria a Sociedade de Propósitos Específicos (SPE) chamada Arena das Dunas. É uma empresa do grupo da OAS. Ela só pode existir se houver um motivo pra isso. Com a licitação ganha, havia o objeto, ou seja, o motivo. Depois, a SPE pode incorporar sócios. Como a OAS não tem expertise em eventos, ela incorporou sócios, e um deles foi a Amsterdam Arena. 

Obras
Como está o cronograma das obras, secretário?
Está indo muito bem. Em 30 de janeiro estávamos com 19,87% da obra concluída. Em 29 de fevereiro, 20,56%. Estamos numa das fases mais lentas porque existem muitos testes nas estacas cravadas [atualmente, a Secopa divulgou 22% de conclusão]. Quando se cava uma estaca é preciso fazer com que o concreto esteja na resistência certa, e que se façam testes de carga e peso, para arranque e compressão. Essa é a fase mais lenta da obra. Mesmo assim, do total de 3.300 estacas, temos cerca de 53% já colocadas. Devemos ter mais ou menos 1.900 já cravadas. Acreditamos que em junho concluiremos essa etapa. Aqueles pilares que as pessoas já começam a ver vão receber uma estrutura metálica, e outros já servirão para as arquibancadas. Com exceção dos menores, a maior partes dos blocos é pré-moldada. Quando a gente começar a montagem dos pré-moldados, as pessoas vão achar que alguém chegou lá e deu um grito 'Agora vai!'. Hoje temos 600 operários, mas estimamos que no início do segundo semestre teremos 900 funcionários, quando a obra terá várias frentes de trabalho. 

Porque só se trabalha de segunda a sexta na Arena das Dunas?
Por questões técnicas. É preciso tempo para que o concreto fique na resistência ideal. Embora já trabalhemos em dois turnos, nessa etapa da obra não é necessário ampliar o expediente. Mas garanto que vai dar tempo de concluir todas as obras previstas. Estamos a 26 meses do evento e nenhuma obra do governo tem prazo superior a 24 meses, inclusive a nova Roberto Freire, que é uma obra de mobilidade sob responsabilidade nossa.

Natal chegou a perder a Copa?
Na minha opinião, se naquele momento, em dezembro de 2010, a governadora [Rosalba Ciarlini] não tivesse tomado as medidas que tomou, teríamos perdido a Copa. Naquele momento ela disse que a Copa era uma prioridade de governo, saiu do discurso sobre a Copa para começar a colocar as coisas em prática. Naquele momento, o Comitê Local e a Fifa começaram a acreditar na Copa em Natal. Foi também o momentoem que começou o processo licitatório, que contou com toda a colaboração, e nosso agradecimento, de várias entidades. Por isso conseguimos assinar em tempo-recorde a ordem de serviço, em cinco meses. Todos esses órgãos entenderam que não podíamos perder mais tempo. Aliás, nós somos fiscalizados por dez órgãos públicos: Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria-Geral da União, Assembleia Legislativa, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério dos Esportes, Ministério das Cidades, BNDES, Caixa Econômica Federal (CEF), além da própria Fifa [que é privada]. Por isso quando se diz que a Copa não é transparente, não se está sendo justo. Aliás, tenho aqui um documento do MPF que se eu pudesse colocaria na parede, dizendo que Natal cumpriu todas as exigências e que o estádio pode ser financiado pelo BNDES. 

Arena pós-copa
Há exemplos no país de cidades-sede que já fizeram parcerias com os clubes locais, como é o caso do Náutico em Pernambuco, e do Cruzeiro e do Atlético Mineiro em Minas Gerais. Aqui, o ABC tem estádio, o América vai construir o seu. Os clubes locais terão espaço na Arena das Dunas?
O tipo de contratação que o Estado fez já preserva isso. Nosso preço básico era de R$ 400 milhões. No processo licitatório ganharia a empresa que oferecesse a menor prestação. Isso significa dizer que não haverá aditivos de preço nem de prazos. Ela foi orçada em R$ 400 milhões, será executada por esse valor. Contratamos a demolição, construção, operação e a manutenção da Arena por 17 anos, já que se somam mais três anos de construção. Na prestação, todos os custos já estão incluídos no valor pago, incluindo água, luz, custos de manutenção, etc. Dessa forma, a empresa pode chegar ao ABC ou América, por exemplo, e oferecer 90% da bilheteria. Os 10% serão lucro líquido. Todos os custos de manutenção já são pagos por estes R$ 400 milhões. Falamos dos maiores times, mas mesmo com outros exemplos, é do mesmo jeito. Alecrim e Potiguar de Mossoró, a mesma coisa. Quem fizer jogos na Arena terá opção de 16 bares com restaurante, locais para as pessoas gastarem dinheiro. O estacionamento também é pago. É a forma que nós encontramos para facilitar a viabilidade do Arena das Dunas. É também uma forma indireta de estimular o futebol do Rio Grande do Norte.

"Metade do que se pagar na Arena virá para os cofres do estado"

Já foram traçados valores?
Não. Mas tudo é custo zero para o investidor da Arena [a SPE, formada pela OAS e sócias]. Mesmo que não se leve nenhum jogo ou show para lá, nem se ganha nem se perde. Mas lógico que a SPE vai querer ganhar. Metade do lucro será deles, metade do Governo do Rio Grande do Norte. Quanto mais eventos eles levarem para dentro do Arena mais eles vão ganhar dinheiro. Vai depender da eficiência deles. Estima-se que deverá haver pelo menos 3 mil jornalistas cobrindo a Copa aqui em Natal, já considerando que somos uma sede considerada pequena. Então haverá tendas, pontos de apoio, áreas para Tecnologia da Informação (TI), coisas que não podem ficar distantes da Arena. Então no momento Copa a área que servirá futuramente para estacionamento será usada para essa estrutura de apoio. Nessa vistoria recente a Fifa percebeu que pode usar uma área do Centro Administrativo [aponta no mapa, região onde fica a bandeira oficial do Estado]. Quando eles viram os coqueiros, disseram que o mundo teria que ver isso. Pediram para preservarmos porque era um cartão-postal. Esta escola [E.E. Des. Rêgulo Tinoco, na Av. Lima e Silva] também será usada para preparação de pessoal. Eles querem as áreas mais limpas possíveis para os patrocinadores. Então essa área também será usada para os patrocinadores. 

E como será a fiscalização?
Total e absoluta. Na futura Arena não vai haver evasão de renda. O equipamento de controle é o que há de mais moderno. Passou, registra. Tudo que se pode imaginar de segurança, controle de acessos, detectores de metais, nós teremos na Arena. Haverá controle financeiro. Com relação aos bares, serão concessões administradas pela própria SPE, a seu critério. Faremos a supervisão porque isso também é receita. Metade do que se pagar na Arena virá para os cofres do Estado. Da mesma forma é a receita do estacionamento. Depois dos 17 anos, o governo assume, mas poderá renovar o contrato. Se interessar ao governo na época poderá renovar. 

Como estão as relações do governocom a OAS? E também com a Fifa e o COL?
É nosso sócio. As relações estão boas. Só há conflitos quando alguma das partes não cumpre sua parte, o que não é o caso. Alguns problemas e discussões conosco só foram verificados com alguns prestadores de serviços. Mas são coisas sanáveis. Com relação às relações com a Fifa e com o COL, percebo não apenas em Natal mas em todas as sedes, uma relação de diálogo. Todo o suporte necessário esta sendo dado. 

Obras de mobilidade
O Estado está responsável por três obras de mobilidade. No que se refere ao prolongamento da Prudente de Morais até Parnamirim, como estão essas obras?

A Prudente de Morais é uma obra importante para melhorar o trânsito de Natal, que tem pelo menos duas sangrias desatadas: o trecho entre a Av. Maria Lacerda Montenegro com a BR-101 e o Gancho de Igapó, em São Gonçalo do Amarante. Entendendo isso, o governo não esperou os recursos federais para continuar o prolongamento da Prudente. Por isso, está usando recursos próprios para construir dois túneisem Cidade Satélite, que ficarão prontos em junho e o tráfego será liberado. Com a conclusão dos túneis, toda a Prudente será liberada. Quanto ao final do projeto, lá no entroncamento com a BR-101 ainda esperamos os recursos [que dependerão de investimento federal, um viaduto através do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) com desapropriações pagas pelo Estado]. Ao final teremos outra via de entrada em Natal. Da mesma forma, o Pró-Transporte desafoga o Gancho em Igapó, que só será solucionado com o viaduto construído e já planejado pelo DNIT, que também construirá outro na altura da Maria Lacerda, que tem inclusive emenda da deputada Fátima Bezerra (PT). 

Prefeitura do Natal
Como o Sr. avalia as obras de responsabilidade do município?
Natal conseguiu aprovar, a fundo perdido, a construção de um túnel de drenagem que nada mais fará do que jogar a água acumulada nas lagoas de captação de vários bairros para o mesmo lugar, o Rio Potengi. O projeto prevê construir um túnel que levará isso por força da gravidade, ao invés de bombas como é feito atualmente. Mas ainda se vê muitas pessoas contra o projeto, falando das licenças ambientais. 

Sobre o impasse que houve entre as obras de mobilidade, porque o governo não assumiu as obras sob responsabilidade da prefeitura?
Ali houve uma má-interpretação. O governo assumiu essa semana o Pró-Transporte porque a prefeitura está em dificuldade com relação às contrapartidas. O Governo do Estado, tendo a Copa e a mobilidade como prioridades, está pronto para ajudar a Prefeitura do Natal quando solicitado. As dificuldades que o município tiver dificuldade, e nós pudermos ajudar, faremos. O Pró-Transporte, embora não faça parte da Matriz de Responsabilidades para a Copa, vai melhorar a mobilidade da Zona Norte da cidade. Qualquer obra que melhore a mobilidade da capital, serão bem-vindas. 

O Estado não se preocupa com a demora no início das obras da prefeitura?
Vejo que o município está fazendo um esforço grande. Vejo com bons olhos e algo responsável oque está sendo feito, recapeamento das vias que servirão de desvios quando começarem as obras no Viaduto da Urbana. Mostra que, enquanto os contratos estão andando, essa é que tem que ser a posição mesmo. Vejo como um bom começo, mas quando se fala em obras urbanas, é preciso lembrar que se está sujeito a demandas judiciais, e quanto menos tempo pior para executá-las. Agora, nessa época de eleição, com certeza vai aparecer muitos salvadores da pátria, criticando e dando soluções para os problemas do mundo todo. Isso é um perigo, mas com a consciência de que se pode realizar e se pode fazer, há tempo hábil para entregar todas as obras. 


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