As dúvidas sobre a Operação Judas e Operação Sinal Fechado

Os acontecimentos dos últimos dias me fizeram pensar nos seguintes questionamentos:

1) O vazamento dos depoimentos de Carla Ubarana, especialmente este último que foi dado na ocasião da assinatura do acordo de delação premiada com o MP, pode ter sido feito como estratégia de defesa? Um amigo ponderou que havendo provas contra Osvaldo e Rafael, o surgimento de novos envolvidos - como Micarla, Felipe Cortez ou Fábio Holanda -, pode servir para a tentativa de desqualificar a integridade do depoimento de Carla.

2) Dois advogados surgem com papel de protagonistas no novo depoimento de Carla Ubarana – Fábio Holanda e Felipe Cortez. Será que existem provas que confirmem o envolvimento de ambos naquilo que a ex-chefe do setor de precatórios denuncia?

3) Carla envolve Fábio Holanda com a American Virginia. Em matéria da
IstoÉ, de maio de 2007, a empresa é apresentada, no contexto da
Operação Hurricane - que descortinou um esquema de venda de sentenças
na Justiça e prendeu dois desembargadores e um juiz. Uma das empresas envolvidas é a American Virginia, de Luiz Antônio Duarte Ferreira, que construiu um império econômico a partir de sonegação de impostos. E compra de decisões judiciais. Confirmou-se a tal venda de precatórios de Holanda para a empresa investigada?

4) Ubarana informa que o único acordo de precatório assinado no
gabinete da presidência do Tribunal, que ela tem ciência, é aquele
referente à Henasa. Foi assinado pelo desembargador Rafael Godeiro e
pela prefeita Micarla de Sousa, entre outros. Um dos promotores
estranha a presença do desembargador Osvaldo Cruz na reunião. A pergunta gira em torno da divisão dos honorários referentes ao
pagamento do precatório entre os presentes. O valor dos precatórios,
segundo relatório do TCE, chegava próximo a R$ 32 milhões. Segundo
Carla, Fábio Holanda não teria recebido por não ter subprocuração em
seu favor – mas assina o documento. Fábio disse em entrevista que
teria aberto mão de receber os honorários. Fora o depoimento de
Carla, existem outros indícios ou provas nesse caso? Além do
ex-procurador geral do município, Bruno Macedo, a prefeita Micarla de
Sousa participou daquilo que o conselheiro Carlos Thompson chamou de “conluio fraudulento”?

5) Carla fala sobre Rafael Godeiro morando em apartamento de Gilmar da
Montana. Pesquisa realizada por um jornalista da cidade teria
comprovado que a residência de Godeiro ainda constaria, em cartório,
em nome da Montana, empresa de Gilmar. Há indícios, segundo
noticiado, de que a liberdade de Gilmar e de Edson Cezar (o Mou) foram
concedidas de maneira suspeita – no caso de Edson, que está foragido,
pelo desembargador Rafael Godeiro ainda em janeiro – e sem publicidade
até estes últimos dias. Esses fatos fazem crer que a investigação da
Operação Sinal Fechado pode se cruzar com a Operação Judas.

6) O advogado de Alcides Barbosa, Daniel Pessoa, requereu que o
processo passe a correr em segredo de justiça, mas não fomos
informados se a juíza deferiu ou não a solicitação. Outro advogado de
Alcides confirmou que o cliente firmou termo de delação premiada. Nem
Alcides nem o MP se pronunciaram a respeito do conteúdo do depoimento,
mas circulam muitas supostas informações sobre esse conteúdo. Será que o MP pretende se pronunciar sobre o fato? Será que as afirmações feitas por Alcides estão sendo confirmadas por outras provas?

7) O blog recebeu a informação de que vantagens indevidas teriam sido
pagas a agentes públicos por George Olímpio através de cheques.
Será que Alcides confirmou essa informação? Será que foi possível rastrear tais cheques?

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