Operação Hígia: Delegado do caso Anderson Miguel é transferido da Dehom

Na Tribuna de Norte

Os mistérios que cercam a morte do advogado carioca Anderson Miguel da Silva serão investigados por um novo delegado.  Marcos Vinícius Santos deixou o caso após ser transferido da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom) para a Delegacia de Plantão da zona Norte, por designação da Delegacia-geral da Polícia Civil (Degepol). Vinícius conduzia o inquérito desde o mês de junho do ano passado, quando Anderson Miguel teve o escritório invadido e foi alvejado por disparos de arma de fogo que o mataram no local. No final da tarde de ontem, a Degepol informou, através da assessoria de comunicação, que o titular da Dehom, Laerte Jardim Brasil, passará a apurar o assassinato considerado complexo.

Advogado Anderson Miguel foi morto em seu escritório em 2011


Através da portaria nº 355/ 2012, o delegado-geral, Fábio Rogério Silva, dispensou o delegado Marcos Vinícius de exercer as suas funções como delegado adjunto da Dehom, designando-o para ser delegado titular da 1ª Equipe da Plantão zona Norte.

Ontem, em contato com a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE, o delegado Marcos Vinícius esclareceu o andamento da investigação. "Já havia pedido um prolongamento da prazo, para poder concluir o trabalho", disse. Ele reiterou a complexidade da investigação. "O tempo precisa ser estendido para que o inquérito seja concluído", disse.

O inquérito 004/2011 da Dehom foi remetido à 3ª Vara Criminal da Comarca de Natal com pedido de extensão do prazo para a conclusão mas  ainda não houve parecer do Ministério Público Estadual, que deve se manifestar para novas diligências.

A investigação sobre a morte do advogado Anderson Miguel corre sob segredo de justiça e as autorida des se negam a repassar informações sobre o andamento do inquérito em virtude disso.

No final de 2011, a TRIBUNA apurou que novos nomes haviam sido incluídos na lista de suspeitos. O ex-policial militar sergipano José Welton de Assis e o comerciante Ivanildo da Silva eram as novas personagens do enredo. O ex-PM contou que recebeu proposta de Ivanildo, conhecido como "Boca de Ouro", para tirar a vida de Anderson Miguel. A outra parte negou qualquer envolvimento e intenção de matar Anderson Miguel.

Advogado era réu da operação Hígia

Eram aproximadamente 17h15 da tarde de 1º de julho de 2011. Um homem entrou  no escritório do grupo Advogados e Associados na Avenida Miguel Castro, 836. O "cliente" procurou pelo advogado Anderson Miguel da Silva e a recepcionista informou a chegada por telefone. A entrada foi autorizada pelo advogado e minutos depois, quatro disparos. O pseudo-cliente saiu ap ressadamente do escritório e fugiu num Siena branco com auxílio de um comparsa. Um dos réus e delator da Operação Hígia, Anderson Miguel da Silva, estava morto. Executado com quatro tiros de pistola ponto 40 que lhe atingiram o peito e a cabeça.

As investigações, então, passaram a ser conduzidas em conjunto pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte e a Polícia Federal. Sob segredo de justiça, detalhes sobre o andamento dos inquéritos sempre foram negados ao longo dos meses. A estratégia da investigação optou pela não divulgação de um retrato falado do assassino.  As investigações prosseguiram com sucessivas prorrogações no prazo inicialmente determinado pela Justiça, de 30 dias.

Em algumas oportunidades, o superintendente da Polícia Federal no RN, Marcelo Mosele,  a morte do advogado carioca se destaca e não pode ser tratada como comum.

Anderson Miguel havia confessado envolvimento na operação Hígia. Ele admi tiu participar do suposto esquema fraudulento que, de acordo com a PF, desviava R$ 2,4 milhões por mês da Secretaria Estadual de Saúde. A fraudeteria causado um prejuízo de R$ 36 milhões aos cofres públicos.

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