Operação Judas: Fábio Holanda é protagonista em depoimento de Carla Ubarana


O protagonista da primeira parte do depoimento de Carla Ubarana é o advogado Fábio Holanda.

Quando assumiu o setor de precatórios, Carla se deparou com um processo relacionado ao pagamento de atrasados devidos a auditores fiscais do estado. O processo tinha dois registros - um de 1999 e de 2003 - e furou a fila. Quando o CNJ esteve em auditoria no setor, em 2008, escaneou os 17 volumes do processo.

O processo quebrou a ordem a após um acordo assinado pela governadora Wilma de Faria e o advogado - adivinhe - Fábio Holanda, em 2003.

Fábio, aliás, segundo Carla, vendeu, por duas vezes, os honorários da parte dele dessa ação. A primeira para a empresa American Virginia.

Em matéria da IstoÉ, de maio de 2007, a empresa é apresentada, no contexto da Operação Hurricane - que descortinou um esquema de venda de sentenças na Justiça e prendeu dois desembargadores e um juiz. Uma das empresas envolvidas é a American Virginia, de Luiz Antônio Duarte Ferreira, que construiu um império econômico a partir de sonegação de impostos. E compra de decisões de decisões.

Carla informou, também, que Fábio estava sendo pago pelo TJ dos honorários cabíveis e, ainda assim, fez solicitação para receber - de novo - alegando que não recebera. Ao fim do pagamento, as empresas foram buscar a parte delas dos honorários.

Com os problemas, Carla Ubarana levou o processo ao conhecimento de todos os presidentes do TJ, inclusive a atual, Judite Nunes. Segundo Ubarana, nenhum dos presidentes quis fazer nada. Judite, ao menos, se revelou impedida uma vez que é tia de Fábio Holanda - mas não quis encaminhar para o vice-presidente da corte. “Não vou mexer nesse caso”, teria dito Judite.

Fábio aparece no caso do precatório da Henasa. Segundo Ubarana, Bruno Macedo participou das negociações - assim como outros procuradores do município, que não concordavam com o acordo traçado. Esse foi o único processo assinado diretamente pela prefeita no gabinete do presidente Rafael Godeiro. Para que fosse feito o acordo da forma de como seria o repasse.

Ainda de acordo com o depoimento, Fábio Holanda não recebeu sua parte dos honorários - não por ter aberto mão, como disse à Diogenes Dantas nesta manhã, mas sim porque disse fazer parte do processo mas só havia procuração em nome de Raimundo Nonato Fernandes e Fernando Caldas.

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