Operação Sinal Fechado: A fragilidade na defesa de Ximbica

O discurso do ex-senador José Bezerra Júnior, o Ximbica, para defender-se das acusações presentes na delação premiada de Alcides Barbosa tem pelo menos dois problemas argumentativos.
Ximbica argumentou, no Jornal das Seis da 96 FM de quarta-feira, que não existiam cheques, que não conhecia Alcides e que o depoimento era uma armação.  Disse que Alcides citou seu nome a fim de estabelecer um vínculo mais plausível com o senador José Agripino (DEM).
Ximbica não conhecia o teor do depoimento de Alcides e fez considerações precipitadas, a partir do que leu nos blogs e na matéria de Leandro Fortes.  Se tivesse visto o vídeo teria construído outra defesa.  No relato ao MP, Alcides diz que no momento da negociação em torno do cheque, Agripino ligou para alguém que ele não conhecia.  Pouco depois, chegou o homem que foi chamado por José.  Alcides sequer sabe o nome do sujeito.  Só sabe que ele tem muito dinheiro e diz que reclama, em voz alta, ao ser apresentado a George Olímpio.
São os promotores que extraem de Alcides que a pessoa é Ximbica: fazem uma descrição física e etária do sujeito e perguntam se o homem falava alto; Barbosa confirma.  Depois, buscam a foto de Ximbica no Google e perguntam a Alcides se era daquele homem que ele falava.  Só então, no depoimento, Alcides fica sabendo que o nome do sujeito que foi ajudar George e José Agripino.
A outra acusação de Ximbica é que Alcides e a revista agem em nome do PT.  Outro ledo engano de quem não viu o que está dito.  Queria saber como alguém que goza da intimidade de Aloysio Nunes Ferreira e Clóvis Carvalho - tucanos de alta plumagem - poderia está a serviço do PT.
O ex-senador poderia ter ficado calado.

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