Operação Sinal Fechado: Chope pegou o dinheiro de Iberê

Leio em Roberto Guedes que Luís Carlos Chope, colaborador antigo do ex-governador Iberê Ferreira de Sousa, pretende a vaga de vice-prefeito na chapa de Carlos Eduardo Alves (PDT).
Publico a nota de Guedes a seguir, mas o anúncio me chamou atenção sobre a participação de Chope no escândalo da Operação Sinal Fechado.
Alcides Barbosa, no depoimento que prestou em colaboração premiada ao Ministério Público estadual no início de abril, esclarece que George Olímpio teria usado R$ 1 milhão do dinheiro que Edson Cezar, o Mou, dera para a compra de terrenos e construção das bases do Inspar para pagar propina a Iberê.  O objetivo seria garantir a renovação do contrato do Detran para o registro de veículos pela organização de Olímpio.  Olímpio como presidente de fato da associação de cartórios explorava o registro obrigatório de veículos financiados e alienados no RN até 2009, quando obedecendo à legislação federal e à ação do MP, o governo acabou com o convênio com os cartórios.  Então, criou-se um setor de registro no próprio Detran, que foi terceirizado.  Pagando propina, George Olímpio passou a explorar através da Planet Business, de quem era sócio-oculto, o serviço do Detran.  O milhão pago a Iberê naquele momento dizia respeito à manutenção desse contrato por meio de fraude em licitação.
Qual o papel de Chope nessa história?  Segundo Alcides Barbosa, foi o auxiliar de Iberê quem recebeu o dinheiro após ter participado da negociação.
Se não bastasse isso para que o nome de Chope não representasse uma boa alternativa do PSB para a vice de Carlos Eduardo, Roberto Guedes traz à luz outros motivos.

Segundo amigos comuns ao ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, presidente regional e pré-candidato do PDT, e ao executivo Luiz Carlos Souza, o "Chope", ex-presidente do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), este se ensaiou muito nas últimas semanas esperando representar o PSB como candidato a vice-prefeito coadjuvando o primeiro.
Faltaram-lhe o apoio explícito de seu grande padrinho, o ex-governador Iberê Ferreira de Souza, e a certeza de que algumas suspeitas não prejudicariam seu projeto. Numa das reuniões de amigos que mobilizou em função de sua candidatura, Chope recebeu a confirmação da informação de que mais dia, menos dia, estourará nas manchetes de Natal algum resultado de investigações que o ministério público estadual promove com o objetivo de conhecer a gênese da riqueza patrimonial que ele erigiu a partir de 2.002.
O interesse do "parquet" se manifestou quando promotores e procuradores de justiça se deram conta de que estavam prestes a alugar para sua repartição um edifício que, segundo lhes constava, normalmente Chope não teria condições de construir.
Ao mesmo tempo, o vazamento da notícia sobre o interesse de Chope chegou à presidente regional do PSB, ex-governadora Wilma de Faria, e a Carlos Eduardo, numa hora em que estes se desentendiam exatamente sobre quem seria o candidato a vice-prefeito indicado pelos socialistas. Imediatamente, Carlos Eduardo e Wilma passaram a emitir sinais de que rechaçariam a reivindicação de Chope. Os amigos de Chope asseguram, porém, que ele ainda não desistiu.

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