Operação Assepsia: Anônimo fala em ética

Recebi um curioso comentário, anônimo, no meu post sobre Código de Ética de Jornalistas.
Trata-se do mesmo anônimo que tem vindo sistematicamente atacar-me a fim de defender alguns dos envolvidos na Operação Assepsia.
Engraçado, para não dizer ridículo, é fazer um discurso sobre ética, no anonimato. Não existe ética no anonimato - que aliás é vedado por nossa legislação.


Amigo, vou lhe dar a minha resposta a sua pergunta. O significado da palavra ética é bastante discutido. Fundamentalmente ética é a conduta esperada de alguém em relação ao outro ou ao grupo a que pertence. Algo pode ser até ético e ilegal, como se daria numa possível sociedade de ladrões. No caso do jornalismo, que trabalha com a informação e esta por demais das vezes atinge o universo moral, ético e jurídico de terceiros o código de ética orienta quais os limites de atuação desses profissionais.
Com isso temos o que deve ser feito em prol da coletividade e o que não deve ser feito em respeito a esta, o que por vezes significa não atingir a esfera pessoal de alguém.
Em outros comentários no seu blog, já tentei lhe dizer que vc entendeu errado o que é jornalismo e, agora, demonstra que também não sabe o que é ética.
Perceba que vc mistura suas convicções ideológicas com suas análises dos fatos que baixam no seu universo, na medida em que professa sua visão política como a correta, em detrimento das outras. Aí vc se iguala a todos que vc critica ai no post.
E tem uma visão ingênua das informações que recebe, extraindo frases sem contexto, como por exemplo querer puxar a Prefeita e a Governadora para uma operação de, dizem, milhões desviados, onde numa frase um amigo de anos da família deposita mil reais na conta da Prefeita e porque o Ex-Secretário da SESAP diz que a Governadora sabia e participou da decisão da contratação da MARCA.
Vc entende as consequências de atrair para o furacão de uma operação show do MP duas das figuras mais importantes do Estado, por absolutamente nada.
Isso não é ético. A ética como eu disse lá em cima é postura esperada como correta de um para com o outro e seus colegas podem ter omitido (respondendo sua pergunta) porque acharam que esses trechos poderiam ser incorretamente interpretados e que alguém poderia achar que, por conta deles, a Prefeita e a Governadora estão envolvidas nesse suposto e até agora mal explicado esquema, coisa que os depoimentos não demonstram nem de perto.
Não confunda combater a corrupção, com acusar a todos aqueles que podem potencialmente cometê-la. Seja mais ético e conceda o benefício da dúvida. Nem os juízes condenam sozinhos

Nosso anônimo comete alguns erros crassos frutos de um conhecimento superficial de senso comum que se disfarça, com palavras bonitas, de erudição. O principal deles é a ilusão de que seria possível qualquer fala ou produção de texto que não fosse eivada de conteúdo discursivo e ideológico.  A gente sempre vai falar desse lugar social.  Nossa fala é sempre ideológica.
Por isso, profissional de um dos jornais da cidade foi capaz de responder à minha questão sobre Micarla e Rosalba: a Tribuna não publicou por uma opção ideológica.
Falo do meu lugar social e meus leitores sabem disso. E analiso o que é documentado. Não à toa certamente a prefeita já deve estar sob investigação porque não é apenas o depoimento de Assis que a incrimina.
Falo de um lugar bem definido que ganhará um incremento em dois dias: o de professor de Jornalismo Impresso e Técnicas de Investigação Jornalística da Universidade Federal do Ceará. Quando vier falar sobre ética, assine, por favor. Os leitores, então, poderão levá-lo a sério.

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