Operação Assepsia: Hospital da Mulher está sob investigação?

Obs.: Alertado corretamente pelo jornalista Cassius Varela, do MP, esclareço que:
1. Tenho publicado os desdobramentos da Ação Civil Pública que investiga o contrato de gestão do governo do estado com a Associação Marca para administrar o Hospital da Mulher em Mossoró;
2. Meus questionamentos dizem respeito às questões criminais que foram demonstradas na Operação Assepsia.


Mais de dois meses depois da Operação Assepsia, uma dúvida persiste: o Ministério Público do RN está investigando criminalmente o contrato de gestão do governo Rosado com a Associação Marca para administração do Hospital da Mulher em Mossoró?  Em que pé anda a ação iniciada pelo MP em Mossoró antes mesmo da deflagração da Operação Assepsia?
Lembremos que os esquemas denunciados pelos promotores do Patrimônio Público operados na secretaria de saúde de Natal por Alexandre Magno Sousa foram exatamente replicados na gestão estadual no Hospital da Mulher, segundo a própria investigação.  Tudo com o aval do Procurador Geral do Estado, Miguel Josino, e decisão pessoal da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), de acordo com o que declarou o ex-secretário Domício Arruda.
Recentemente, um ex-empregado da Marca no Hospital da Mulher confirmou várias informações contidas no depoimento da responsável pelo setor de pagamentos da organização social em Natal.  Na ocasião, Daniel Oliveira postou um comentário no blog.  Em 24 de agosto, fiz o post que transcrevo a seguir:
Em comentário ao post, o antigo responsável pelo setor financeiro e de compras da Marca em Mossoró, Hospital da Mulher, Daniel Oliveira, reafirma tudo que foi dito por Rosa. "Deixo claro que tudo que a Rosa Aline falou é verídico", disse.Rosa, em seu depoimento, deixou mais evidente o papel de Rose Bravo, Tufi e Gustavo Meres na organização criminosa. A responsável pelo setor de compras disse que havia conhecido Rose Bravo e pensava que ela "era a diretora geral da empresa" uma vez que ela "dava as diretrizes da empresa, pois todas as pendências eram resolvidas por ela". No entanto, Rosa foi repreendida por causa disso, já que tinha enviado um e-mail para um fornecedor afirmando que Rose Bravo era diretora geral. Risiely Junkes e Rose "falaram para não mais chamar Rose Bravo de diretora geral da empresa". Mas "todos os funcionários da Marca que trabalhavam na sede conheciam Rose Bravo como a 'dona da Marca'".
Rosa destacou que Gustavo Meres, seu filho, se tornou chefe do setor de compras da Marca no Rio de Janeiro. Com Gustavo como responsável pelas compras, "todos os produtos passaram a ser cotados e adquiridos no Rio de Janeiro, até mesmo material de limpeza e material de escritório".
Daniel explica que foi demitido - "injustamente", segundo ele -, em julho, porque teria fornecido cópias dos contratos aos presentes a uma reunião. "Fui demitido injustamente em julho, por fornecer cópias dos contratos ao Diretor do Hospital da Mulher (Dr Diego Dantas) e outras pessoas presentes em uma reunião, com presença de cinco funcionários, da secretária adjunta da saúde Dorinha Bulamarque, chefe da cooperativas dos médicos Dr. Malcides e sua esposa a Advogada Erinalda", disse ele.
Segundo Oliveira, na reunião era discutido um meio legal para que fossem realizados os pagamentos de funcionários e fornecedores em atraso como resultado da Operação Assepsia. Tudo sob orientação do diretor do Hospital da Mulher, Diego Dantas, e da secretária-adjunta, Dorinha Bulamarque. "Entreguei os documentos [cópias dos contratos] a eles como me foi pedido", disse.
Daniel Oliveira explica que "uma terceira pessoa que estava na reunião agiu de má fé com a documentação e eles me demitiram me acusando de fornecer documentos a terceiros sem autorização de ninguém da empresa, visto que o Diretor do Hospital não assume que foi conivente, e eu assumi a culpa por ter sido obediente na minha hierarquia".
O que foi feito dessas cópias e o que tinha de tão grave nesses contratos que valeram o emprego de Daniel Oliveira? O antigo responsável pelo setor de compras da Associação Marca não explica. Mas a suspeita fica no ar.
De lá para cá, não sabemos em que situação está esta investigação.  Com a palavra o MP.

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