Operação Impacto: Um esclarecimento

Esta semana, interessado em ouvir a gravação em que Hermano Morais conversa com Renato Dantas sobre o fato de estarem os vereadores investigados na Operação Impacto sendo grampeados pela justiça, voltei a ouvir todos os áudios que foram publicizados - e que tenho em meu telefone.  Como resultado, postei esse texto.
Percebi, pela primeira vez, duas informações nas gravações.  Primeiro, Aluísio Machado dizendo que os vereadores foram informados por um colega e um deputado estadual acerca dos grampos.  Em seguida, ouvi uma conversa de Emilson Medeiros "prestando contas"a Rogério Marinho sobre a votação dos vetos de Carlos Eduardo às emendas dos vereadores ao Plano Diretor.
Após a publicação do texto, um leitor do blog me informou que o deputado estadual seria Raimundo Fernandes.  Faltavam, no entanto, algumas confirmações que me justificassem a publicação do nome do deputado.
Esta manhã, um outro leitor me falou que o nome de Raimundo havia aparecido em textos de notícias à época.  Após publicar este post, pesquisei e encontrei o texto do blog do Barbosa.
O texto de Barbosa me chamou, no entanto, a atenção em três questões - sobre as quais eu tentei ser o mais claro e cuidadoso possível quando o publiquei aqui.
A primeira questão era a data da postagem (e das informações) e sua relação com a data da busca e apreensão realizadas pelo Ministério Público na Câmara, em 2007. O texto dá a entender que as conversas que relata - visita de Raimundo Fernandes à Câmara e conversas de promotores com o então presidente da Assembleia Legislativa - eram o ponto de vazamento das informações aos vereadores.  No entanto, tentei deixar claro que isso era impossível, uma vez que as conversas se davam um mês depois da deflagração da Operação, quando todos já sabiam ser investigados.
A segunda questão se relacionava à citação do nome do promotor Giovanni Rosado, que todos sabiam que era um dos líderes da investigação - Giovanni, por exemplo, batizou a Operação.  Parecia uma tentativa de colocar o nome do promotor "na roda" de suspeitos.
A terceira questão, semelhante à de Giovanni, era a citação da relação familiar de Raimundo Carlyle com o deputado Raimundo Fernandes.  Pareceu-me, então, que havia uma confusão naquele post, datado bem posteriormente à Operação, para se lançar suspeição sobre o juiz e o promotor do caso com respeito ao vazamento de informações.
O vazamento ocorrera por ação de Raimundo Fernandes e Hermano Morais, mas o post parecia querer responsabilizar dois dos principais agentes da investigação.  Mas a cronologia, como visto, não sustenta a tese.
Para piorar a fragilidade da tese, é preciso destacar que o juiz que autorizou a busca e apreensão na Câmara foi Jarbas Bezerra.  Somente depois é que o caso foi distribuído para Carlyle.
De todo modo, espero ter esclarecido essas questões junto aos leitores e, principalmente, aos envolvidos citados aqui.
Tentei esclarecer essas questões no corpo do texto anterior (deixar claro que a confusão presente no post de Barbosa não se sustentava), mas talvez não tenha sido claro - o faço agora.

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