Ação contra vereadores teria sido manobrada pelo PMDB

Tem umas coisas muito estranhas nessa questão relativa às coligações do PT do B nas eleições em Natal.  
Para quem não sabe ainda, devido ao fato de que o PT do B fez duas convenções que terminaram por determinar a participação em duas coligações, a eleição para vereador em Natal está embaralhada.
De início, com a impugnação da coligação do partido com a União Por Natal II, os votos dados a ele não foram computados à coligação.  Dessa forma, mesmo sem os votos do PT do B, Raniere Barbosa (PRB) e George Câmara (PCdoB) foram eleitos.
No entanto, uma decisão do TRE terminou por impugnar a coligação como um todo e tornar nulos todos os votos concedidos a ela.  Desse modo, Raniere e George deixaram de aparecer como eleitos, entrando em seu lugar Edivan Martins (PV) e Cláudio Porpino (PSB).
O que há de mais estranho, me parece, é que o TRE foi igualmente provocado por três partidos diferentes, antes de tomar a decisão, que está com recurso apresentado ao TSE: as coligações Transformar Natal I e II (que apoiaram Rogério Marinho), do Partido Verde, da coligação Natal Merece Respeito II (de Hermano Morais). O difícil de entender é que nem as coligações que apoiaram Rogério nem a de Hermano têm, aparentemente, qualquer interesse real com o caso - que beneficiou candidatos do PSB e do PV. 
No entanto, o candidato do PSB favorecido, Cláudio Porpino, foi secretário de Micarla.  E o do PV, Edivan Martins, além de ser presidente da Câmara, é homem forte da gestão da Borboleta.  Ou seja, a primeira conclusão é que tanto Rogério quanto Hermano agiram para garantir o interesse do grupo micarlista. Difícil imaginar que o PMDB ainda continue negando sua relação com a gestão Micarla, representando sua continuidade.
O evento tem as digitais de Henrique Alves e do PMDB.  Faz parte de um grande acordo para colocar Edivan Martins de volta à Câmara e reelegê-lo na presidência da Câmara, fortalecendo a oposição na futura gestão Carlos Eduardo (PDT), favorito a se eleger no domingo.  A ação, provavelmente, tornaria as coisas muito difíceis para o prefeito, uma vez, que além disso, perde com o resultado dois vereadores de sua base de apoio.
Henrique surge com o padrinho dessa ação, assim como é padrinho também do advogado Verlano Medeiros, eleito ontem na lista sêxtupla da OAB e que compõe a corte do TRE.
A decisão caberá ao TSE mas se configura na forma de golpe nos mesmos moldes daquele que consistiu na desaprovação das contas do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), numa tentativa de alijá-lo da disputa eleitoral deste ano.

Comentários