Querem ganhar no tapetão, reclama Verlano Medeiros sobre Quinto

A lista sêxtupla dos eleitos pela advocacía ainda não foi encaminhada para o Tribunal de Justiça, mais de uma semana após a votação.
Motivo são impugnações apresentadas contra dois dos advogados.
Um deles, o juiz eleitoral Verlano Medeiros, reclamou que há gente derrotada no voto que quer ganhar no tapetão.  Parece piada pronta, já que Verlano é o relator do processo que pode devolver, pelo tapetão, o mandato de Edivan Martins, tirando da Câmara George Câmara e Raniere Barbosa.


A diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil do RN vai se reunir, ainda esta semana, para decidir quem fará o julgamento dos pedidos de impugnação da eleição dos advogados Magna Letícia de Azevedo Lopes e Verlano de Queiroz Medeiros para a Lista Sêxtupla do Quinto Constitucional para vaga de Desembargador do Tribunal de Justiça. Até o momento, ainda não foi definido se será a Comissão Eleitoral ou o Conselho Seccional da Ordem. A expectativa é que seja o Conselho Seccional da OAB/RN, já que a Comissão Eleitoral se desfez com o fim do pleito. Mas a decisão final ficará a cargo da diretoria, que ainda não marcou a data da reunião.

Os dois pedidos de impugnação foram recebidos pela OAB/RN na última sexta-feira (19). Os requerimentos foram feitos por Gladstone Heronildes da Silva e Carlos Sérvulo de Moura Leite, sétimo e oitavo colocados na votação.
A candidata Magna Letícia informou que ainda não foi notificada oficialmente pela Ordem. "Mas se até amanhã (hoje) não receber irei até a OAB dar ciência dos pedidos para que eu possa apresentar a minha defesa", disse. O advogado Verlano Medeiros se antecipou e foi ontem (29) na sede da OAB/RN para dar ciência dos pedidos. "Quero apresentar o mais rápido possível a minha defesa para que o processo possas transcorrer normalmente", disse Verlano.

Depois de autuados, os candidatos tem um prazo de 15 dias para apresentarem as suas defesas. Até que sejam julgados os pedidos de impugnação, o processo eleitoral fica parado. Só quando encerrar o procedimento é que o pleito vai transcorrer normal. De acordo com o presidente da OAB/RN, Paulo Eduardo Teixeira, se os pedidos de impugnação forem aceitos, os dois candidatos na ordem de classificação passam a integrar a Lista Sêxtupla. "Se não, permanecem os mesmos eleitos pela categoria", disse Paulo Eduardo.

O advogado Gladstone Heronides da Silva entrou com representação contra Magna Letícia - a mais votada - alegando que a candidatura dela fere o artigo 7º do Provimento 139/10 do Conselho Federal da OAB. "Ela estava impedida desde o primeiro momento, já que ocupa o cargo de Procuradora Adjunta do Estado e atualmente está interina no de Procurador Geral. Ela usou a máquina estatal ao seu serviço. Isso fere todos os princípios da Moralidade e Paridade. Além disso, ela representa a governadora, a pessoa que vai escolher o desembargador. Qualquer pessoa percebe que é uma concorrência desigual", disse Gladstone. Já o advogado Carlos Sérvulo de Moura Leite requereu a impugnação da eleição de Verlano de Queiroz Medeiros alegando abuso de poder pelo candidato eleito. "Ele contrariou as normas da eleição - o edital - ao oferecer festas e jantares para várias pessoas e distribuir cestas básicas. Outra infração às normas é o fato de ele ser juiz da corte eleitoral, cargo incompatível com a atividade de advogado. O edital diz que isso não pode acontecer", falou Carlos Sérvulo. Magna Letíncia, que ainda não teve acesso as fundamentações do pedido, afirma que houve uma confusão nas justificativas.

"Pelo que eu fiquei sabendo, entendendo que é infundado porque procurador do estado é cargo de carreira e não comissionado, diferente do que acontece no município de Natal. Acredito que houve um entendimento equivocado e que não vai mudar o cenário da eleição", disse Magna Letícia.

Para Verlano Medeiros, qualquer impugnação ou reclamação sobre o pleito deveria ter sido feita no dia da eleição. "Estou tranquilo. Isso nada mais é do que irresignação de quem não teve a preferência da categoria e quer ganhar no tapetão", disse Verlano.

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