Edivan Martins presidente? Mas ele será vereador?

Leio na Tribuna do Norte que Edivan Martins (PV) articula para se manter como presidente da Câmara.  Como assim?  Ele sequer pode ter certeza de que continuará vereador.
Edivan foi derrotado nas urnas mas pleiteia retornar à Câmara no tapetão.  Para isso, contou com decisões tomadas pelo seu ex-advogado, o juiz eleitoral Verlano Medeiros.
A ação de Edivan, me parece, vai na direção de constituir um clima de "fato consumado".
No entanto, me parece também, a situação para ele não é tão tranquila.
O ministro Dias Toffoli deixou clara a situação do PTdoB: ele nunca se coligou com os partidos que apoiaram a candidatura do prefeito eleito Carlos Eduardo (PDT).  Toffoli, em sua decisão, em acordo com o que foi decidido pelo TRE, não cassou o registro da coligação majoritária.
Desse modo, George Câmara (PCdoB) e Ranieri Barbosa (PRB) compreenderam que o mesmo princípio se aplica à coligação proporcional - apesar de a primeira repercussão da decisão de Toffoli ter procurado vender a ideia de que ela sepultava as intenções dos dois vereadores reeleitos no voto. Segundo o que se leu na imprensa e na blogosfera, a decisão consolidava o golpe contra o eleitor de Natal e em favor de Edivan e Cláudio Porpino (PSB).
Mas não é bem assim.
O TRE caminha para aprovar a suspeição de Verlano Medeiros o que levaria a redistribuir as decisões que o advogado de Edivan tomou e que favoreceram o atual presidente da Câmara.  E um embargo de declaração foi apresentado para que o ministro Dias Toffoli deixe claras as implicações de sua decisão sobre a coligação proporcional União Por Natal 2.
Segundo a mesma Tribuna do Norte, a articulação de Edivan passa por acordo com o prefeito em exercício Paulinho Freire (PP).  Paulinho é outro sobre quem pesa uma ameaça real.  A justiça eleitoral o considerou inelegível por considerá-lo culpado por ações vedadas a candidatos - pressão política para que empregados da Ativa e servidores da Urbana votassem nele.  Mas o mesmo juiz que definiu oito anos de inelegibilidade, incompreensivelmente não lhe cassou o registro da candidatura.  O Ministério Público recorreu da decisão ao pleno do TRE e Paulinho Freire também está sob o risco de não ser vereador na próxima legislatura.

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