Rapaz que teve quase 60% do corpo queimado por PM é transferido de hospital

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/folha-online/sao-paulo/2012/12/09/rapaz-que-teve-quase-60-do-corpo-queimado-por-pm-e-transferido-de-hospital.htm

O motoqueiro Uoshington Ramalho da Silva, 19, que teve entre 50% e 60% do corpo queimado, foi transferido na manhã deste domingo para o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, informou a Secretaria da Saúde do Estado. O estado de saúde do rapaz é estável.

O crime ocorreu em Americanópolis, na zona sul de São Paulo, por volta das 2h30, quando a PM abordou Silva e seu amigo Willian Gonçalves da Silva, 22, parados por falta de combustível. Eles haviam pedido ajuda para um casal, que se dispôs a buscar o combustível. Após checarem o histórico dos rapazes, os PMs descobriram que ambos tinham passagem pela polícia.

O policial Maurício Penny Ribeiro, 33, sugeriu que eles estivessem armados. Quando o casal voltou com o combustível, o policial, que estava discutindo com os rapazes, pegou o recipiente e derramou a gasolina em cima dos dois.

Com o combustível, um cigarro teria dado início às chamas. Uoshington começou a pegar fogo na calçada. Willian conseguiu sair correndo e não se feriu. Diante da cena, os outros três policiais prenderam o colega em flagrante. O soldado foi autuado por sua colega, a cabo Vivian Cristina Almeida, 30, por tortura e tentativa de homicídio.

Segundo Willian, o soldado estaria à procura de uma arma. "A gente falou que não tinha. Ele ficou bravo e disse: 'não tem, então toma'. Jogou gasolina em nós."

Silva afirmou que enquanto pesquisavam a ficha criminal dos dois --ambos têm passagem, Ribeiro ameaçava colocar fogo neles. "Ele ficou com o cigarro e riscando o isqueiro. Fechei o olho porque ele jogou gasolina na minha cabeça, quando abri, ele ateou fogo no 'moleque'." Ele contou que só escapou porque quando viu o fogo saiu correndo.

O advogado de Ribeiro não foi localizado. A PM divulgou nota sobre o crime. "A PM não compactua com atos ilegais e investiga com rigor desvios de conduta e crimes cometidos por integrantes".

Segundo a PM, o policial teve os dois braços queimados por tentar apagar o fogo. Em nota, a corporação afirma que todas as ações visando a apuração do fato foram adotadas pela instituição.

Também destaca que "não compactua com atos ilegais e apura com rigor desvios de conduta e crimes eventualmente cometidos por seus integrantes".

Comentários