Miguel Josino, Tatianny Cruz, Gustavo Henrique e Alexandre Magno a serviço de Dickson Nasser

Pesquisando informações sobre a documentação que tenho em mãos, encontrei esta nota da Tribuna do Norte em 31 de outubro de 2007.

Dados interessantes:

De R$ 60 mil a zero em um dia. Foi de quanto passou o contrato firmado entre a Câmara Municipal e o escritório de advocacia Josino e Leite Associados. A contratação foi firmada em 21 de setembro e contestada esta semana pelo Ministério Público porque além da Câmara Municipal possuir uma procuradoria que deveria atuar em sua defesa; o escritório contratado é o antigo local de trabalho do procurador Gustavo Henrique Souza da Silva (que recomendou o contrato) e emprega atualmente a esposa dele, Tatianny Bezerra Cruz e Souza.
Quem anunciou a mudança no valor do contrato foi o presidente da Câmara Municipal, vereador Dickson Nasser. Segundo ele, a iniciativa partiu do advogado contratado, Miguel Josino, que por meio de carta anunciou que não cobraria pelo serviço. O advogado defenderá a Câmara na contestação constitucional que a Prefeitura está fazendo a parte do Plano Diretor. Ontem, em entrevista ao programa Panorama do RN (Rádio Globo) Dickson Nasser agradeceu pelo que classificou de economia. "Agradeço ao Ministério Público".
Dickson Nasser explicou que a indicação de Miguel Josino foi idéia de um dos procuradores da Câmara, Alexandre Magno Alves de Souza, que já foi procurador-geral na época em que a Casa era presidida por Rogério Marinho. Alexandre Magno de Souza inclusive ocupou no mesmo período a chefia de gabinete do presidente da época. Seguindo a indicação, Dickson Nasser procurou o advogado, que aceitou representar a Câmara.
Sob o fato do escritório de Miguel Josino ter ligações com o atual procurador e com a esposa dele, o presidente não falou. O vereador que preside a Câmara apenas informou que já havia recebido a recomendação pela suspensão do contrato e que a solução para o problema já havia surgido. "Miguel Josino vai fazer de graça", disse. Mas não soube explicar a que se devia fato de um escritório particular prestar um serviço gratuito a uma Câmara Municipal de uma capital de Estado que possui Procuradoria.

Ele acrescentou, justificando a contratação, que "os procuradores são bons - os nossos - mas para a defesa desse caso tinha de ser uma pessoa por dentro de Constituição". O Ministério Público foi consultado sobre o assunto e repassou entendimento de que (em princípio) não vê problemas no serviço voluntário que Miguel Josino prestará à Câmara porque a intenção da recomendação era impedir um suposto prejuízo ao erário. Há entretanto um detalhe: o contrato ainda tem de ser suspenso e a dispensa de pagamento tem de ser oficializada por meio de algum documento que comprove o acerto.
O réu da Operação Assepsia e braço direito de Rogério Marinho teria indicado o escritório do atual Procurador-Geral do Estado, Miguel Josino, para atuar na defesa da Câmara, mesmo com a casa legislativa tendo procuradoria.  E seu procurador-chefe, Gustavo Henrique, tinha a esposa trabalhando à época no escritório de Miguel.
Quem era a esposa?  Tatianny Cruz é filha do desembargador afastado do TJ Oswaldo Cruz. Tatianny seria uma das beneficiárias do esquema dos precatórios do Tribunal de Justiça do RN desbaratado pela Operação Judas.

E o nome dela é um ponto de referência importante com o advogado Felipe Cortez e a investigação principal descrita na documentação que o blog está analisando.

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