Para @Brasil247, Caso Falconi zera chances de Gerdau na Fazenda

No Brasil 247

Repercussão em tudo negativa da contratação, sem licitação, do consultor Vicente Falconi, por R$ 59 milhões, tira empresário Jorge Gerdau da fila dos que podem substituir Guido Mantega na Fazenda em caso de engasgo na economia; apadrinhamento pegou mal.

O empresário Jorge Gerdau, desde quando ficou claro, no final do ano passado, que o PIB de 2012 não ultrapassaria a marca de 1% de crescimento, passou a ser uma sombra para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde 2011 no governo da presidente Dilma Rousseff, o empresário global do ramo siderúrgico já vinha sendo visto como o principal consultor de Dilma em assuntos estratégicos.

À frente da Câmara de Gestão e Planejamento, ele dá sugestões sobre medidas que estimulem a competitividade do Brasil. O chamado 'conselhão' não trata apenas de um assunto e tem uma cartela variada de temas. Daí para, numa hora de dificuldade, assumir a condução da economia seriam poucos passos a dar, já dentro do próprio Palácio do Planalto. Mas agora foram lançadas luzes sobre essa sombra – e Gerdau viu reduzidas a pó suas chances de coroar sua bem sucedida carreira como capitão de indústria e ser nomeado ministro da Fazenda.

O farol atende pelo nome de Vicente Falconi . Trata-se do consultor contratado pelo governo federal, a pedido do próprio Gerdau, para contribuir com sua expertise na gestão pública. Falconi cumpre no governo o papel de quem pode dar pitacos em quase tudo, ensinando por sua cartilha, procedimentos de gestão em diferentes áreas, para se ter uma administração pública eficiente.

O problema não é esse. Falconi foi contratado, sem licitação pública, por honorários de R$ 59,1 milhões, tendo Gerdau como padrinho. Se se pode dizer que isso não é um escândalo, dado o currículo do contratado, no mínimo soa como algo muito pitoresco. Jorge Gerdau, afinal, foi chamado pela presidente Dilma Rousseff para contribuir com suas ideas na gestão – e não para terceirizar, por R$ 59,1 milhões, esse papel.

As relações de Gerdau com PT da presidente sempre foram próximas, mas jamais tranquilas. Gigante global do ramo siderúrgico, com a bandeira da sua Gerdau fincada em países como Estados Unidos, Canadá, e em praticamente toda a América do Sul, ele reconhecidamente é um empresário duro com seus trabalhadores. Já declarou que prefere um empregado técnico a um colaborador político. Seu jeito de gerir já lhe rendeu uma série de conflitos trabalhistas nos Estados Unidos, e também aqui no Brasil.

No governo de Dilma, Gerdau já desfrutou de uma série de audiências pessoais com a presidente da república. Mas não se sabe exatamente quais tem sido suas contribuições efetivas na gestão. Interlocutores do governo apontam a participação do empresário na decisão do executivo em reduzir as contas de energia elétrica. Empresas vão ter abatimento de mais de 30% nos valores, medida que pode, e muito, estimular a produção nacional.

Porém o que fica dele é sua capacidade de articulação com outros empresários de porte tão grande quando o seu. Simpático e bonachão, Gerdau tem trânsito em todas as áreas. Seria, nessa condição, o nome ideal para substituir o ministro da Fazenda Guido Mantega em caso da economia engasgar.

Ainda não se conhece a manifestação oficial de Gerdau a respeito do caso Falconi, mas seja qual for, o certo é que a repercussão da contratação sem licitação do consultor o tirou da fila dos que podem se sentar na cadeira de ministro. Pegou mal.

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