A renúncia do Papa Bento XVI

Não vou meter o bedelho na renúncia do Papa Bento XVI. Já há muita gente noticiando aquele que com certeza o acontecimento mais importante do dia.
Poderia refletir sobre o significado do que falou Ratzinger acerca da deteriorização da sua saúde física e mental. Será que isso seria causa suficiente para explicar a enorme quantidade de baboseiras ditas pelo Papa nos últimos tempos? Será que sua saúde mental se acabou na forma de uma senilidade decisiva?
Será que alguém vai desconfiar de uma renúncia em um contexto em que bispos e cardeais são denunciados cada vez mais por casos de pedofilia?
Será que alguém vai desconfiar de uma renúncia poucos meses depois de um escândalo de vazamento de documentos secretos do Vaticano em que o punido foi o mordomo?
Mas prefiro lembrar duas coisas na renúncia de Bento XVI.
A primeira diz respeito à sua eleição no Conclave em abril de 2005. Aquele mês foi o período em que selecionei meu corpus de pesquisa de mestrado no Blog de Marcelo Tas.
Quando Ratzinger foi eleito, Tas fez um post - que acabou rescrevendo: "Ratzenger ou Adolf I". Isso mesmo: Tas fez uma comparação entre o então novo Papa e Hitler. Depois, reescreveu o texto.
Uma outra coisa que me chama a atenção nessa renúncia diz respeito à propaganda para a Jornada Mundial da Juventude. Em todo tempo as chamadas e propagandas anunciavam a presença do Papa Bento XVI. Eu sempre que via brincava que deviam anunciar simplesmente a presença do Papa, já que com a idade de Ratzinger
ninguém poderia garantir que chegaria vivo até lá. "E se for outro Papa?", eu costumava perguntar.
Ratzinger não morreu, mas com sua renúncia será outro Papa que virá ao Rio de Janeiro.

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