Civita acusa governo de destruir a Petrobras

Sai da Petrobras no momento certo: quando Graça Foster começou sua operação de destruição da empresa - de todos os avanços e investimentos construídos nos seis anos de gestão de José Sergio Gabrielli.
A Exame defendê-la parece confirmar minhas suspeitas.

No Brasil 247






Na capa da revista Exame, da Editora Abril, uma bomba de gasolina é transformada numa forca. Internamente, o título "Como destruir uma empresa". Na reportagem, o ex-presidente Lula é apontado como responsável pelo "crime"; Civita pede ainda que empresas estrangeiras possam explorar o pré-sal e um aumento maior da gasolina.

A capa da revista Exame desta quinzena é um marco nos ataques recentes à Petrobras, empresa que lucrou R$ 21 bilhões no ano passado.

Numa reportagem editorializada, e que, portanto, reflete a opinião do patrão, o empresário Roberto Civita, o PT é acusado de destruir a Petrobras. A imagem de capa traz uma bomba de gasolina como se fosse uma forca. Internamente, o título "Como destruir uma empresa". E, na reportagem, a acusação de que esta destruição é um crime com culpado: o ex-presidente Lula.

Frequentemente acusado de defender interesses alienígenas, sobretudo norte-americanos, Civita não esconde suas motivações. Diz que uma das saídas para a Petrobras seria abrir o pré-sal a outras empresas. "Sem uma Petrobras saudável, será impossível explorar as riquezas do pré-sal. E, sem dividir o fardo da exploração com outras empresas, o investimento em novos campos seguirá paralisado".

O crime de Lula, segundo Civita, seria reservar a riqueza do pré-sal para a Petrobras. "Tudo começou com a descoberta do pré-sal e a subsequente mania de grandeza que hipertrofiou a empresa a ponto do imobilismo. Em um de seus discursos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o pré-sal era uma "dádiva de Deus"– e que cabia ao governo garantir que as riquezas geradas a partir dali ficariam nas mãos do povo brasileiro. Tudo bonito no discurso; na prática, foi exigir demais de uma empresa só".

De certa maneira, Civita reproduz o pensamento de José Serra, que, segundo revelações do site Wikileaks, prometeu dividir a receita do pré-sal com empresas como a Chevron, responsável por um grande vazamento recente de óleo na Baía da Guanabara.

Além de pedir que empresas americanas explorem o pré-sal, Civita também reclama, na capa de Exame, um aumento maior da gasolina. Segundo ele, a estatal vem tendo seus preços contidos de forma artificial para segurar a inflação.

A reportagem critica a gestão de José Sergio Gabrielli, mas elogia a "transparência" de Graça Foster. Segundo Civita, Graça "tem feito o possível para salvar a Petrobras e o pré-sal". Falta, segundo ele, o governo fazer a sua parte, ou seja, permitir que empresas americanas tenham acesso aos blocos mais lucrativos.




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