Democracia? Estudantes do #OcupaUSP são denunciados por formação de quadrilha

No Brasil vivemos cada dia um cenário em que a direita facista tende a, mais e mais, criminalizar os movimentos sociais. Em Natal, estudantes foram abertamente taxados de vândalos por PMs e parte da imprensa.

Em São Paulo, responderão como quadrilha.

Cada DCE, CA, Associação de Moradores, partido político que faça qualquer ação de protesto, como interromper uma via pública, a partir dessa denúncia, poderá ter seus membros denunciados por formação de quadrilha.

Precedente perigoso para a democracia - e festejado por alguns que não sei o que pensam sobre o direito de luta, reivindicação e do próprio espírito da democracia.
A democrática ação de desocupação da USP gerou cenas como essa acima. Estudantes alegaram que danos ao patrimônio foram provocados pela Polícia na ação de força empregada.
Na CartaCapital

Em nota de repúdio divulgada na terça-feira 6, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP classificou a denúncia do Ministério Público contra os 72 alunos que ocuparam a reitoria da universidade em 2011 como um “ataque ao movimento estudantil e aos movimentos sociais”.
A nota foi divulgada após o SBT noticiar que uma promotora de São Paulo havia acusado os manifestantes por danos ao patrimônio, pichação, desobediência judicial e formação de quadrilha. O ato de protesto tinha o objetivo de pressionar a reitoria da universidade a retirar a Polícia Militar do campus.
Na nota, o DCE lembrou a forma “violenta” como a reintegração de posse da reitoria ocorreu e disse repudiar qualquer punição aos estudantes. A entidade reagiu à declaração da promotora Eliana Passarelli, responsável pela acusação que, em entrevista à Folha de S.Paulo, chamou os estudantes de “bandidos”. Segundo ela, o material encontrado no local, como garrafas, combustível e outros artefatos, poderiam ser usados para fabricar bombas.
“Lutar por democracia e diálogo não é crime”, reagiram os estudantes
O advogado de um dos manifestantes declarou ao SBT que a denúncia foi exagerada. Se condenados, as penas podem chegar a oito anos de prisão. Se forem condenados por todos os crimes, os alunos podem ser presos por mais de oito anos.
Devido às férias estudantis, nenhum protesto contrário à decisão judicial está marcado. No entanto, já estão previstas rodas de debate sobre a “repressão” e a “democracia na USP” naCalourada Unificada, o maior evento de recepção de calouros da universidade.

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