#LeydeMedios: Franklin Martins e a possível mudança de Dilma

Por Paulo Henrique Amorim
No Conversa Afiada




Como se sabe, a visita do Franklin à Dilma espalhou o ódio no PiG (*).

O Conversa Afiada soube que os “major players”, diria o Luciano Coutinho, do PiG pátrio rondaram o Palácio do Planalto para conhecer o teor da conversa.

Não foram os capatazes.

Foram os donos da Casa Grande, eles próprios.

Porque, na hora de a onça beber água, os capatazes são inúteis.

Apenas capatazes.

A conversa entre a Presidenta e o ex-Ministro foi a sós, sem testemunhas.

Ninguém conhecerá o seu teor.

Até que ela resolva contar.

Porque ele não conta.

Mas, basta usar dois neurônios para chegar a algumas hipóteses.

Dilma não é Cristina.

Ela não vai fazer uma Ley de Medios.

Ela não vai recuar da tese do “basta trocar de canal”, exaustivamente exposta.

A ficha da Dilma já caiu, porém.

Clique aqui para ver “Nunca dantes um presidente peitou a Globo”.

Já se deu conta de que não havia, apenas, uma guerra entre o PiG e o Lula, uma questão pessoal.

Como disse o Lula em Havana, eles atacam o Lula não pelos erros, mas pelos acertos.

Clique aqui para ler “Lula e Dilma aumentam a renda real do trabalhador em 30% e o emprego bate record”.

É uma questão política – como diz o Mauricio Dias, a Casa Grande sabe que esse Governo não é o dela.

Uma questão de classe.

Sabe-se também que poucas pessoas conversam tanto com o Lula quanto o Franklin

Talvez só o Fernando Morais, que escreve um livro sobre o Governo Lula.

Lula quer uma Ley de Medios.

Ele jamais dirá que se arrepende de não ter pedido um projeto ao Franklin mais cedo, no Governo dele.

Dirá que não tinha meios políticos de enfrentar a Globo.

E talvez ele tenha razão.

Mas, a Dilma assumiu com uma hegemonia maior do que a do Lula no Congresso.

Embora, seja muito dificil esse Congresso aprovar uma Ley de Medios.

Porque, como disse o Dirceu, na CUT, no Rio, enquanto houver medo da Globo não há Ley de Medios.

E, sabe como é, amigo navegante, a Globo mantém com as “instâncias superiores” uma relação de incesto – cliqueaqui para ler sobre o incesto entre Ataulfo Merval e o ministro do Big Ben de Propriá.

Não é qualquer congressista que se disponha a enfrentar, de uma vez só, a Globo e o Supremo !

Mas, apesar disso, a ficha da Dilma caiu.

Ela pode não fazer uma Ley de Medios.

Mas pode peitar o PiG.

Desde que ela tenha a consciência de que o PiG não vai aceitar, fácil, uma quarta derrota consecutiva.

Clique aqui para ler o que diz o Oráculo de Delfos sobre a chapa Dilma-Temer em 2014.

A Casa Grande vai resistir.

Vai tentar provar que o Eduardo Campos não é neto do Arraes.

O PiG vai usar todas as armas – e todos os incestos.

O Franklin é um jornalista profissional de primeira linha.

No Palácio, com Lula, demonstrou uma habilidade política insuspeitada.

É possível que ele tenha oferecido à Presidenta uma análise do comportamento do PiG – especialmente da Globo e seus colonistas (**) – e, mais do que isso: como enfrentá-los.

Como construir uma barreira ao Golpe Global – mesmo sem uma Ley de Medios.

Como chegar à opinião pública e impedir o Golpe do Apagão.

O Golpe do Pibinho.

O Golpe da Gasolina.

O Golpe da seca por causa da Dilma.

O Golpe da Desmoralização do Congresso – clique aqui para ler sobre a hipocrisia udenista diante do Renan e o silêncio sobre o filho do Fernando Henrique

A Globo não ganha eleição.

A Globo dá Golpe.

Franklin sabe disso melhor do que ninguém.

E sabe como prevenir o Golpe.

A propósito, nessa mesma linha de raciocínio, com outra intensidade, vale a pena ler o vibrante e incansável Edu,aquele que desmoralizou a Folha (*) e a massa cheirosa e enviou dezenas de exemplares da Privataria Tucana ao brindeiro Gurgel e o brindeiro Gurgel foi incapaz de agradecer:

Dilma chamou Franklin para obter análise de conjunturaPor Eduardo Guimarães
A reunião de quarta-feira entre o ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula Franklin Martins e a presidente Dilma Rousseff gerou alvoroço dissimulado entre os grandes meios de comunicação – que, oficialmente, quase ignoraram o fato político -, mas, na blogosfera, surgiram especulações e apostas “otimistas” sobre o significado daquela reunião.
O encontro ocorreu no Planalto na manhã de quarta-feira, 30. O “Blog do Planalto”, que diariamente informa a agenda de Dilma, mencionou de passagem seu encontro com Franklin. Porém, limitou-se a informar que o ex-comentarista da Rede Globo e da Band seria recebido.
Vários blogs e sites simpáticos ao governo teceram apostas em mudança de postura da presidente em relação ao projeto de regulação da mídia eletrônica deixado pelo ex-ministro ao fim do governo anterior, a dita “lei da mídia”. Veículos como a Folha de São Paulo também lembraram esse fato.
O Blog da Cidadania, porém, obteve informações sobre o encontro que, à primeira vista, parecerão um balde de água fria a quem apostou em que estaria em curso mudança de visão da presidente no que diz respeito à regulação da mídia – qual seja, a de que o único controle que ela quer é o “controle remoto”.
Mas o fato é que Dilma não chamou Franklin com vistas a encampar o que, até aqui, vinha rejeitando. Ela nem teria como, de repente, desdizer o que vinha dizendo sobre o assunto. Até porque, o projeto do ex-ministro não tem as propriedades “miraculosas” nas quais muitos acreditam.
Para quem não sabe, o projeto de Franklin é muito diferente do projeto da presidente argentina, Cristina Kirchner. Não mexeria com o império de uma Globo, por exemplo, obrigando-a ao “desinvestimento” (venda de parte de seu império) que a “Ley de Medios” pretende impor à Globo argentina, o Grupo Clarín.
E muito menos o projeto que Lula esperava que fosse adotado pelo governo Dilma contém qualquer iniciativa no sentido de cercear a imprensa escrita e partidarizada (O Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja e congêneres).
Então por que Dilma chamou Franklin? É aí que o “balde de água fria” começa a ficar morno. Apesar de não haver intenção de encampar o projeto do ex-ministro, ela o chamou para obter uma análise de conjuntura.
O que seria isso? Vejamos.
A análise que Dilma quis de Franklin foi sobre o que pode estar ocorrendo na mídia devido aos ataques múltiplos que ela vem desfechando contra o seu governo. A presidente vem se surpreendendo porque, no início de seu mandato, chegou a acreditar que a guerra entre seu antecessor e os impérios de comunicação decorriam de mera “picuinha”.
Esse foi o sentido da presença da presidente na festa de 90 anos do jornal Folha de São Paulo pouco depois de assumir o cargo, em 2011. Dilma tentou estabelecer uma nova relação não respondendo a ataques ao seu governo e, em troca, vinha sendo poupada de ataques pessoais.
Contudo, nos últimos meses os ataques indiretos a ela, via críticas contundentes ao seu governo, viraram pessoais.
No fim do ano passado, por exemplo, a presidente foi à televisão anunciar redução do custo da energia elétrica. Desde então, o noticiário da dita “grande imprensa” tratou de tentar desmenti-la e passar ao público a versão de que ela estaria tentando iludir 200 milhões de brasileiros.
Mais recentemente, diante de pronunciamento em cadeia de rádio e televisão em que a presidente defendeu seu governo das críticas quanto à redução do custo da energia elétrica, a mídia passou a acusá-la pessoalmente. Os ataques midiáticos foram tão pessoais que o PSDB representou contra Dilma no MPF usando o que esses veículos publicaram.
Nesse ponto, foi quebrado o pacto velado de não-agressão.
Voltando a Franklin. Ele é a antítese da atual ministra da Secom, Helena Chagas, uma opção de Dilma pela coexistência pacifica e até pela pacificação das relações entre o governo e a mídia, enquanto que o antecessor de Helena no cargo foi opção de Lula para enfrentar a guerra aberta entre seu governo e a mídia em meados da década passada.
Franklin, antes de tudo, é estrategista para momentos de confronto. Além de ir ao Planalto para oferecer uma análise sobre os próximos movimentos prováveis da mídia contra o governo, também foi oferecer sugestões sobre estratégias de comunicação para enfrentar uma guerra política que, a partir de agora, entra em nova fase.
O “balde de água fria”, portanto, torna-se um “balde de água quente”, pois a presidente finalmente entendeu que não havia picuinha alguma entre Lula e a mídia. Finalmente ela entendeu que ele foi empurrado para essa guerra. E a razão para a inevitabilidade dessa guerra o ex-presidente deu em seu discurso recente em Cuba.
A elite que a mídia representa e encarna não se contrapôs ao governo Lula e não se contrapõe ao governo Dilma porque os considera feios, bobos e chatos, mas porque as políticas dos governos petistas, a partir de 2003, promoveram o que é mais intolerável para a elite brasileira: distribuição de renda.
Dilma descobre agora, após dois anos no poder, que não existe possibilidade de coexistência pacífica entre um governo popular que trabalha para tornar o Brasil um país mais justo e um oligopólio de comunicação cuja função é, justamente, a de impedir que os ricos fiquem menos ricos defendendo políticas cujos efeitos são tornar os pobres mais pobres.
A iniciativa da presidente de chamar Franklin, portanto, se não encerra a notícia ideal (decisão pela regulação da mídia), ao menos encerra uma boa notícia. A presidente da República finalmente percebeu quais são as regras do jogo e que o cargo que ocupa não é meramente gerencial, sendo, isso sim, eminentemente político. Antes tarde do que nunca.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Comentários