O debate sobre jornalismo público e a TVU prossegue

Li na noite de ontem este texto do diretor da TVU, Marcone Maffezzolli.
Não pretendo esticar essa corda além do que seria racional.
O diretor cita Mauro Wolf para tentar explicar o ocorrido, acusa pauteiro da emissora pública, mas não fala sobre a ameaça que a professora Betânia Ramalho teria feito de "ligar para a reitora" diante da pergunta impertinente da repórter.
Mauro Wolf, Nelson Traquina ou quaisquer outros estudiosos do campo do jornalístico não teriam dúvidas em atribuir uma valoração de notícia elevada à reação destemperada de uma secretária de educação do estado. 
Acontece que Betânia Ramalho é professora da UFRN.  Talvez seja dessa decisão política de poupá-la que Maffezzolli fala ao dizer que o que houve foi uma "distorção inconsciente". Assume, portanto, a responsabilidade, eximindo o superintendente da Comunica e a própria reitora de qualquer ação na direção de atender aquilo que foi dito pela professora/secretária em tom de ameaça.
Alias, talvez eu tenha lido errado, mas ele diz que a secretária sequer se pronunciou sobre o tema - não que ela se recusou a falar.  E eu ensino a meus alunos que se uma fonte se recusar a falar com um veículo de imprensa isso deve ser informado ao leitor/espectador.
O que o diretor da TVU não explica é por que sua edição poupou a secretária Betânia Ramalho.  Nem como será possível falar de novo em Jornalismo ou Jornalismo Público na UFRN, em sala de aula ou nos seus veículos internos, após esse episódio.  
A emissora não deixou nada a dever com relação a qualquer emissora privada que faz da política partidária sua linha editorial mestra.
Não aceito a pecha de oportunista.  Falo na condição de professor de jornalismo - graduado e pós-graduado pela mesma Universidade que hoje vivencia este episódio lamentável.  
Se houvesse algum interesse oportunista no meu caso em relação a esse fato, não seria o de torná-lo público - ao contrário, em virtude de questões que me relacionam à UFRN e à amizade com o superintendente José Zilmar e sua equipe.  Mas não costumo transigir com o que penso nem defendo.

Comentários