Não, você não vive no século XXI no qual as inovações tecnológicas correm aceleradas e as interações sociais são cada vez mais vívidas na Internet.
O informe é criminoso.
Sempre achei que quem pensa assim, para ser coerente, deveria começar matando a si mesmo. Porque seu ato é criminoso e um crime mais abjeto que o que julga combater.
Mostra também que há uma mentalidade medieval na nossa sociedade, pior que a lei de talião. Porque na lei de talião era olho por olho, dente por dente, ou seja, o castigo era proporcional à pena. Aqui não: o raciocínio é que o bem material vale mais que a vida humana.
E quem pensa isso é quem a sociedade define como pessoa de bem. Um marginal cometer um homícidio, para eles, é criminoso. Mas um cidadão de bens fazer isso - em troca de bens materiais levados, não.
Coerente, não?
E se eu achar que quem define as regras do viver social e as que definem o que é crime sou eu, já não estarei em sociedade, mas na barbárie. A sociedade que preconiza a lei diz que homicídio, de quem quer que seja, é crime. E incitar sua prática também é crime.
Dizer que alguém representa "uma raça que não devia nem ser chamada de humana" é a raiz de todo racismo, de todos os absurdos e chocantes crimes de guerra dos nazi-fascistas. Os crematórios e os pelourinhos foram cheios da carne e do sangue daqueles que os homens de bem disseram não ser humanos.
Agora já sabemos a qualidade de certas pessoas de bem do Tirol. E se mortes houver, já sabemos a quem perguntar sobre quem pagou o grupo de extermínio contratado.
Nem é o século em que os avanços democráticos garantiriam mais gente chegando a ter acesso aos benefícios sociais - em que o estado e a nação se consolidariam nas bases do direito.
Não é um tempo em que o neurocientista Miguel Nicolelis e sua equipe conseguiram fazer com que dois ratos se comunicassem numa forma telepática - na primeira interação cérebro-cérebro da história.
Você vive num tempo e país em que o presidente da Câmara dos Deputados, segundo relatou o jornalista Alex Medeiros, quer interferir na produção acadêmica de uma turma de graduação em jornalismo.
Você vive numa época em que uma secretária de educação do RN, professora da Universidade, liga para a reitora e aborta uma perspectiva em uma matéria jornalística da TV pública e universitária.
Você está num tempo em que a Câmara dos Deputados escolhe, para comandar a Comissão de Direitos Humanos da casa, um pastor evangélico caracterizado pela prática e discursos homofóbicos. Um cara que já defendeu, publicamente, por exemplo, que existe relação entre pedofilia e homossexualidade e que milita contra os direitos dos gays,
Você vive num tempo em que alguém usa o twitter para incitar violência e convocar a contratação de um grupo de extermínio em um bairro de classe média de Natal:
O argumento é fascista.
37 minRonaldo Macedo @jronaldomacedo
Uma fonte informa: Moradores e comerciantes do Tirol pedem socorro e um grupo de extermínio já. Eles pagam bem, concluiu.
28 min
@ddantaslemos Um amigo teve a casa invadida e levaram R$ 1.040,00. O ladrão que foi buscar a carteira disse: Diga a ele que tinha R$ 40,00.
Ver conversa
27 min
@ddantaslemose guardou R$ 1.000,00 dentro das calças. Pode? E a humilhação? E as filhas menores tocadas por mãos podres? Morte pra eles.
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26 min
@ddantaslemos E eu não acho que matar bandido é crime, e sim limpeza de uma raça que não devia nem ser chamada de humana.
O informe é criminoso.
Sempre achei que quem pensa assim, para ser coerente, deveria começar matando a si mesmo. Porque seu ato é criminoso e um crime mais abjeto que o que julga combater.
Mostra também que há uma mentalidade medieval na nossa sociedade, pior que a lei de talião. Porque na lei de talião era olho por olho, dente por dente, ou seja, o castigo era proporcional à pena. Aqui não: o raciocínio é que o bem material vale mais que a vida humana.
E quem pensa isso é quem a sociedade define como pessoa de bem. Um marginal cometer um homícidio, para eles, é criminoso. Mas um cidadão de bens fazer isso - em troca de bens materiais levados, não.
Coerente, não?
E se eu achar que quem define as regras do viver social e as que definem o que é crime sou eu, já não estarei em sociedade, mas na barbárie. A sociedade que preconiza a lei diz que homicídio, de quem quer que seja, é crime. E incitar sua prática também é crime.
Dizer que alguém representa "uma raça que não devia nem ser chamada de humana" é a raiz de todo racismo, de todos os absurdos e chocantes crimes de guerra dos nazi-fascistas. Os crematórios e os pelourinhos foram cheios da carne e do sangue daqueles que os homens de bem disseram não ser humanos.
Agora já sabemos a qualidade de certas pessoas de bem do Tirol. E se mortes houver, já sabemos a quem perguntar sobre quem pagou o grupo de extermínio contratado.
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