#RevoltadoBusao, constrangimentos e a criminalização das manifestações populares

Em 21 de setembro passado, o blog destacou a ação penal 0012981-61.2002.8.20.0001 (001.02.012981-6), na qual os empresários ligados ao Seturn, entre outras coisas, são acusados de mandar incendiar vans de transporte público alternativo.
O processo foi iniciado em 2002 e, até aqui, não tem uma sentença em primeira instância.  Segundo o portal e-Saj, desde 6 de fevereiro de 2013, a ação está conclusa para sentença.
A falta de celeridade no caso envolvendo os empresários não se viu na investigação contra os estudantes e militantes sociais da #RevoltadoBusao - ao menos no que se refere ao inquérito policial.
O professor Felipe Serrano foi intimado a prestar depoimento na sexta-feira 1 de março.  Uma semana depois, no dia 8, a denúncia do Ministério Público já havia sido aceita pelo juiz.
Além disso, depois de ter sido espancado por PMs no momento de sua prisão em 18 de setembro, Felipe ainda foi submetido a mais constrangimentos ao ser ouvido pelo inquérito.
Primeiro, tendo ido à delegacia na data para a qual foi intimado, o professor de história ficou um dia inteiro esperando, sem ser ouvido.  Depois, quando finalmente foi ouvido, através de seu advogado fez saber ao delegado que se reservaria ao direito de permanecer calado e responder apenas em juízo.  Ainda assim, desconsiderando a afirmação do investigado, o delegado o inquiriu relacionando uma série de acusações contra o professor.
O processo como um todo aponta para a criminalização crescente dos movimentos sociais e, por consequência, da impossibilidade cada vez maior de que haja manifestações populares no RN sem que sejam reprimidas pela PM.  A #RevoltadoBusao é um exemplo, mas o que ocorreu no desfile do Baiacu na Vara na quarta-feira de cinzas confirma a evidência.
Enquanto isso, o sério problema de segurança pública e a resolução de crimes de morte se transformam em uma simples pendência - um número.

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