#VivaChavez: O script dos golpes recentes na América Latina

Acabei de assistir, novamente depois de uma tempo, "A revolução não será televisionada", sobre o frustrado Golpe Midiático-Militar promovido contra Chavez em abril de 2002.
Duas coisas me chamaram a atenção hoje.
Primeiro: um dos ministros de Chavez, quando o Golpe está prevalecendo, se lamenta afirmando que seus adversários eram poderosos demais e que eles não tinham feito no governo, uma política de comunicação. Antes, em uma reunião, Chavez reclama que seus ministros não falavam direito e eficiente com a mídia.
Serve de alerta para um país como o nosso em que a mídia se comporta tantas vezes como um partido político e que o governo recua de uma política pública democratizante.
Segunda coisa que me chama atenção é que o script do golpe se assemelha a diversos recentes na América Latina:
1) Como Lugo no Paraguai, Chavez foi responsabilizado pela imprensa, oposição e militares pela morte de dez manifestantes atingidos na cabeça por atiradores de elite;
2) Como Aristide, no Haiti, e Zelaya, em Honduras, havia uma avião pronto para tirar Chavez do país logo depois do Golpe. Como os dois, os golpistas afirmaram falsamente que Chavez renunciara. O avião que tirou Aristide do Haiti era americano, como aquele que tiraria Chavez da Venezuela, caso o povo não enfrentasse o Golpe e o vencesse. Zelaya foi tirado do país de pijamas;
3) Como nos demais países, a oposição foi se consultar em Washington, recebeu apoio dos EUA logo após a derrubada. Em todos os casos, porém mais incisivamente na Venezuela, a mídia participou de forma concreta do golpe e dos governos golpistas. A censura se instalou de imediato.
O script se repetiu, mas o golpe venezuelano fracassou. O povo reagiu.
O mídia operandi dos golpistas se aprimorou também nos últimos anos para refrear a reação popular.
Ensinos para todos nós.
Minha dúvida é sobre quem escreveu esse manual de golpes tão semelhantes? Imagino que as matrículas dos aviões expliquem.

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