Essa, em minha opinião, é a imagem mais marcante desse mês de junho de protestos pelo Brasil.
Sílvio Mota, juiz aposentado, é o coordenador da versão cearense do Comitê da Verdade. Mota militou na Aliança Libertadora Nacional, de Marighella.
Quando as primeiras bombas de gás foram lançadas pela PM contra a multidão de cerca de cinco mil pessoas, o juiz estava sentado bem próximo de mim. O gás começou a fazer efeito sufocante e eu disse a ele que aquilo era gás lacrimogêneo. Mota não se moveu.
Mais tarde, ele estava circulando entre os manifestantes.
A cena beira o heroísmo - o heroísmo, aliás, de quem já enfrentara a tortura durante o regime de arbítrio.
Mas o arbítrio não está morto.
Foram cerca de 92 pessoas presas em Fortaleza hoje.
A PM invadiu ruas e casas da comunidade de Serrinha. Apreendeu ao menos dois adolescentes arrancando-os violentamente de dentro de suas casas.
Uma militante feminista teve seus dreadlocks arrancados e devolvidos junto com seus pertences pessoais.
Houve relatos de tortura contra os detidos no pátio de um supermercado localizado na avenida Dedé Brasil.
Na delegacia a polícia estava apreendendo celulares de presos e de seus familiares.
Na delegacia da criança e do adolescente, advogados estavam sendo impedidos de acessar os meninos apreendidos. A delegada, também, depois de informar que liberaria todos os detidos, recuou e disse que ficariam a noite inteira detidos.
Quando os advogados ligaram para a Central de Prerrogativas da OAB/CE foram informados de que a entidade nada podia fazer contra a atitude arbitrária da Polícia.
Algo cheira muito mal.
Sílvio Mota, juiz aposentado, é o coordenador da versão cearense do Comitê da Verdade. Mota militou na Aliança Libertadora Nacional, de Marighella.
Quando as primeiras bombas de gás foram lançadas pela PM contra a multidão de cerca de cinco mil pessoas, o juiz estava sentado bem próximo de mim. O gás começou a fazer efeito sufocante e eu disse a ele que aquilo era gás lacrimogêneo. Mota não se moveu.
Mais tarde, ele estava circulando entre os manifestantes.
A cena beira o heroísmo - o heroísmo, aliás, de quem já enfrentara a tortura durante o regime de arbítrio.
Mas o arbítrio não está morto.
Foram cerca de 92 pessoas presas em Fortaleza hoje.
A PM invadiu ruas e casas da comunidade de Serrinha. Apreendeu ao menos dois adolescentes arrancando-os violentamente de dentro de suas casas.
Uma militante feminista teve seus dreadlocks arrancados e devolvidos junto com seus pertences pessoais.
Houve relatos de tortura contra os detidos no pátio de um supermercado localizado na avenida Dedé Brasil.
Na delegacia a polícia estava apreendendo celulares de presos e de seus familiares.
Na delegacia da criança e do adolescente, advogados estavam sendo impedidos de acessar os meninos apreendidos. A delegada, também, depois de informar que liberaria todos os detidos, recuou e disse que ficariam a noite inteira detidos.
Quando os advogados ligaram para a Central de Prerrogativas da OAB/CE foram informados de que a entidade nada podia fazer contra a atitude arbitrária da Polícia.
Algo cheira muito mal.
Comentários