"Não é Lugo o destituído, é a história paraguaia"

No Brasil 247
"Hoje, não é Fernando Lugo que recebe um golpe. Não é Fernando Lugo que é destituído. É a história paraguaia, sua democracia", iniciou seu discurso, falando já como ex-presidente, Fernando Lugo, após a aprovação de seu impeachment. Ele criticou a "maneira covarde" como a decisão foi tomada e disse esperar que "os responsáveis tenham noção da gravidade de seus feitos".
O senado do Paraguai aprovou o impeachment do presidente do país, Fernando Lugo, por 39 votos a quatro. O vice, Federico Franco, que havia rompido politicamente com o presidente, deve assumir agora. O julgamento durou cerca de cinco horas e Fernando Lugo já deixou o Palácio Presidencial. Mais cedo, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) afirmou considerar o processo de destituição uma ruptura à democracia do país, prometendo intervir com ações caso o Senado decidisse pela condenação de Lugo.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e mais 12 representantes de países da Unasul se reuniram hoje no Congresso Nacional do Paraguai para conversar com parlamentares e apresentar a posição comum da região. Os chanceleres querem reiterar o apoio à democracia e à ordem constitucional paraguaia, no processo que pode levar ao impeachment do presidente Fernando Lugo.
O grupo já se reuniu com representantes da Corte Suprema de Justiça do Paraguai e, na conversa, ratificaram a necessidade de permitir um julgamento justo de Lugo. Eles pretendem acompanhar durante todo dia os desdobramentos no Senado e os esclarecimentos que serão prestados pelo presidente Lugo. Ontem, Patriota destacou a necessidade de se preservar a estabilidade no Paraguai e assegurar o direito de defesa de Lugo.
JORGE ADORNO/Reuters
JORGE ADORNO/Reuters
"Os presidentes consideram que os países da Unasul conquistaram com muito esforço a democracia e, neste sentido, devemos ser defensores estremados da integridade democrática na América do Sul", disse ontem o chancelar brasileiro, após uma reunião sobre o assunto no Rio de Janeiro. Dessa reunião participaram a presidenta Dilma Rousseff, além dos presidentes Evo Morares (Bolívia) e Rafael Correa (Equador), entre outros.

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