Segundo revista, @joseagripino recebeu R$ 70 mil do Mensalão Tucano



A matéria de capa da Carta Capital é daquelas de provocar um rebuliço sem par.  Com foto de Gilmar Mendes, o texto de Leandro Fortes mostra uma lista de receitas e despesas de campanha em Caixa 2 do Mensalão Tucano de Minas Gerais em 1998.
A lista foi registrada em cartório pelo publicitário Marcos Valério, réu do Mensalão Tucano e do Mensalão Petista, em 1999.  Acompanhada por comprovantes de saques e depósitos, a lista revela uma movimentação ativa de dinheiro não-contabilizado oficialmente na campanha de diversos políticos da base de apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso.  Aliás, um dos depósitos registrados dá conta que foram repassados R$ 2,8 milhões para a campanha de reeleição de FHC.
Entre os beneficiários do esquema de Marcos Valério em 1998, consta o nome do senador potiguar José Agripino Maia (DEM).  Após ser acusado de receber doação via Caixa 2 na Operação Castelo de Areia, após ser acusado de receber doação de um milhão de reais da organização criminosa que manipulava a inspeção veicular em Natal, Agripino é, agora, envolvido no Mensalão Tucano de Eduardo Azeredo.  O probo senador teria recebido R$ 70 mil do esquema do publicitário Marcos Valério.


Talvez mais grave que essas denúncias seja a forma como e por que o documento de Valério foi encontrado.
Em agosto de 2000, a modelo Cristiana Aparecida Ferreira foi encontrada morta - por envenenamento, seguido de estrangulamento - em um flat de Belo Horizonte.  Cristiana foi acusada de ser prostituta, mas a suspeita é de que sua morte tenha sido queima de arquivo: ela era uma das pessoas que carregavam as malas de dinheiro que abasteciam o esquema de Marcos Valério.  Na lista, ela é beneficiária de um depósito de R$ 1,8 milhão, via Carlos Eloy/Mares Guia.
Mares Guia coordenava a campanha de Eduardo Azeredo (que foi derrotado por Itamar Franco na disputa pela reeleição em 1998), foi ministro do governo Lula e apontado como ex-amante da modelo.  Carlos Eloy foi presidente da Cemig.  Segundo o advogado da família de Cristiana, que repassou os documentos encontrados nos cartórios de Belo Horizonte para a Polícia Federal, Eloy é o responsável pela morte da modelo. Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho foi condenado a 14 anos de prisão pela morte de Cristiana.
Essa história ainda promete muito.

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